Martinho da Vila no programa Roda Viva

O cantor e compositor Martinho da Vila criticou os retrocessos que o Brasil vêm sofrendo em relação às políticas públicas focadas na população negra e na educação no governo Bolsonaro.

Em entrevista ao programa Roda Viva, na segunda-feira (16), Martinho lamentou os passos que o país deu para trás e criticou Sérgio Camargo, nomeado por Bolsonaro para a presidência da Fundação Palmares. Segundo o artista, Camargo foi colocado lá para “acabar com essas coisas todas de preto”.

“A Fundação Palmares era uma fundação criada para tratar dos assuntos da cultura negra, do negro no geral. Botaram aquele cara lá, o Camargo, bolsonarista radical. Ele é um preto de alma branca, como se diz. No duro, ele gostaria de ser branco. Ele acha que ele é branco. Ele se sente branco. E ‘tem que acabar com essas coisas todas de preto’”, disse Martinho da Vila.

Desde que assumiu a Fundação Palmares, Sérgio Camargo se colocou contrário às pautas da negritude que, segundo ele, são “vitimismo” e tentou desmantelar toda a estrutura do órgão federal. Em dezembro de 2020, Camargo tentou retirar da lista de personalidades negras nomes como os de Milton Nascimento, Martinho da Vila, Leci Brandão, Elza Soares, Gilberto Gil e Zezé Motta.

Em um áudio vazado no ano passado, Sérgio Camargo chamou o movimento negro de “escória maldita” e ainda falou mal de Zumbi dos Palmares.

Segundo Martinho, Camargo “está cumprindo seu papel, que é acabar com a Fundação Palmares”. “Para mim, a Fundação Palmares não existe mais. Ele não tá exercendo função nenhuma. Pra mim aquilo acabou, ele retirou uma porção de coisa lá e tal e eu acho que nós temos que criar uma outra fundação, aquela já era”, destacou o artista, um dos mais renomados sambistas brasileiros.

Confira pelo vídeo abaixo o trecho do programa em que Martinho da Vila fala sobre Sérgio Camargo:

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