O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), criticou os decretos de Jair Bolsonaro que facilitam o acesso a armamentos e disse que “o povo não precisa de arma, precisa de vacina”.

O deputado disse ao G1 que “tem juízo” e é contra os decretos, em “conteúdo e forma”, de “armar a população”.

Para ele, Jair Bolsonaro faz “um uso da questão do CACs”, que são os colecionadores, atiradores e caçadores, “para dissimular o desejo de armar a população”.

Em uma das alterações feitas, Bolsonaro libera a posse de até 60 armas para diversas categorias profissionais sem a liberação do Exército.

Bolsonaro publicou novos decretos das armas na sexta-feira (12) e no domingo (14) declarou que “o povo tá vibrando” com a liberação de armas.

Com Bolsonaro e sua apologia à violência e às armas, o Brasil teve uma alta de 5% nos assassinatos em 2020 na comparação com 2019, após dois anos consecutivos de queda, segundo o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

No ano passado, foram registradas 43.892 mortes violentas, contra 41.730 em 2019. Ou seja, 2.162 mortes a mais. Estão contabilizadas no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

Marcelo Ramos disse que “mais grave que o conteúdo dos decretos relacionados a armas editados pelo presidente é o fato de ele exacerbar do seu poder regulamentar e adentrar numa competência que é exclusiva do Poder Legislativo”.

“O presidente pode discutir sua pretensão, mas encaminhando PL [Projeto de Lei] à Câmara”, continuou, através das suas redes sociais.

“Acho que esta história vai acabar sendo resolvida pelo STF, cada vez mais estamos transferindo as questões legislativas para a Corte”, comentou.

“Minha energia será gasta para medidas que protejam a vida, a saúde, os empregos e a renda dos amazonenses e brasileiros. Vacina no braço e comida na mesa!”, afirmou o deputado.

 

(PL)