Manuela tenta fugir de ataques e apresentar projeto de Brasil
Convidada para participar da sabatina do programa Roda Viva da TV Cultura, a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d’Ávila, passou quase a totalidade do programa – de mais de um hora de duração – tentando fugir de ataques e apresentar o projeto de sua candidatura para o Brasil. Com tranquilidade, mas ao mesmo tempo com muita coragem, Manuela enfrentou ironias e ataques destilados pela bancada convidada pela emissora.
Na primeira pergunta, a pré-candidata conseguiu fazer um rápido resumo da sua trajetória política. “Há 20 anos quando eu me filiei ao meu partido, eu decidi entrar para o movimento estudantil e na política porque acreditava que aquele era o caminho para transformar o Brasil num país menos desigual e mais justo”, disse.
Manuela reafirmou que se for presidente do Brasil vai “revogar a reforma trabalhista”. “Eu já serei alguém que terei contribuído para um Brasil mais justo”, respondeu ao mediador do programa Ricardo Lessa.
Os convidados foram: Vera Magalhães (Estadão/Jovem Pan), Letícia Casado (Folha), João Gabriel de Lima (Exame), Joel Pinheiro da Fonseca (Colunista da Folha/Exame e Instituto Millenium- PSDB), e Frederico d’Avila (diretor da Sociedade Rural Brasileira), os dois últimos foram grosseiros e agiram com total falta de respeito com a pré-candidata. Emitiam opinião, enquanto deveriam fazer perguntas. Insultaram à história e o Partido Comunista do Brasil.
A pré-candidata do PCdoB foi atacada de forma virulenta e muito visível durante todo debate. O assunto mais comentado nas redes sociais foi a grande falta de respeito e atitudes machistas contra a pré-candidata que recebeu mensagens de apoios e lamentos pela baixaria dos entrevistados e, mesmo assim, Manuela tentava elevar o tom da conversa no programa.
A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann postou mensagem sobre a misoginia sofrida pela comunista e prestou solidariedade. O mesmo fez Guilherme Boulos, pré-candidato do Psol à presidência que também se solidarizou com os ataques sofridos com a seguinte mensagem: “O Roda Viva de ontem foi mais uma expressão do machismo na sociedade brasileira. Minha solidariedade a @ManuelaDavila. Estamos juntos nesta batalha! A atleta brasileira Joana Maranhão também comentou sobre o assunto nas redes.
Misoginia associada à intolerância fascista. Vergonhoso o espetáculo q o Roda Viva promoveu ontem. O q era pra ser uma entrevista, de interesse jornalístico, virou um show d ataques à @ManuelaDavila. Toda solidariedade a ela. #LuteComoUmaManuela Fascistas, machistas, não passarão pic.twitter.com/I7bLAMMxh8
— Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) 26 de junho de 2018
“Um desfile de machismo e misoginia da pior espécie, de causar repulsa em qualquer brasileira e brasileiro que esperava assistir a uma entrevista que discutisse os rumos do País”, apontou Nota do PT divulgada na manhã desta terça-feira (25).
Ao ser questionada pelo coordenador da campanha de Jair Bolsonaro, Manuela disse que “defendo que tenha menos estupro no Brasil. Sabe como a gente faz isso? Não votando em candidato que defenda que mulher pode ser estuprada”, demarcou.
Manuela foi questionada pela jornalista da Folha que o líder do PCdoB na Câmara, Orlando Silvo tenha participado de conversas recentemente com outras legendas, Manuela disse que este é o momento de se construir o diálogo e que o PCdoB tem apresentado seu nome tentando construir saídas para o Brasil, pois no campo da direita só há candidatura que representam as medidas que o governo Temer tem tomado.
“Para nós, o principal é tirar o Brasil das mãos de Temer e desse conjunto de candidaturas de ultra-direita e direita que tentam destruir o Brasil e o estado brasileiro”, frisou.
Manuela destacou ainda que o Brasil precisa garantir um sistema político sem privilégios. “Os que têm mais privilégios são os multimilionários que fazem política” e explicou que nestas eleições terão a entrada de vários ricos bancando candidaturas. Diz que é preciso estar atento aos candidatos que realmente representam o povo brasileiro.
Esquerda
Manuela afirmou ainda que há quatro candidaturas do campo da esquerda e que se deve respeitar todas. Reafirmou que será candidata até o fim e que não é óbice para a esquerda. Respondeu questionamentos sobre a prisão do ex-presidente Lula, defendeu que ele possa ser candidato à presidência. Falou que o ex-presidente foi preso injustamente, pois não há provas no seu processo.
Críticas ao judiciário
“Não pode existir no Brasil nenhuma pessoa imune às críticas”, destacou. Todos nós temos as mesmas obrigações como agentes públicos, explicou Manuela. “Não é feio criticar membros do poder judiciário”. Assista abaixo:
Uma comitiva do PCdoB acompanhou a pré-candidata nos estúdios da TV Cultura. Compareceram, o líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP) e Rubens Jr (MA), a senadora Vanessa Grazziotin (AM), o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, o presidente da Fundação Mauricio Grabois, Renato Rabelo, o presidente da CTB, Adilson Araújo e o economista Luis Fernandes, além dos assessores da Manuela, Cris Ely e Rubens Diniz.
Assista a íntegra: