A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d’Ávila defendeu a necessidade de um debate sobre a guerra às drogas, durante sabatina no Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), na noite desta quarta-feira (16). Para ela, a guerra às drogas é um fracasso, que mata 40 mil jovens ao ano, e em sua maioria, jovens negros.

Nesse contexto, Manuela falou sobre o número da população carcerária do Brasil. “Temos 726 mil presos no nosso país. Defendo a tributação das drogas e o uso desse recurso para reparação das comunidades que foram vítimas de confrontos”.

Mas, para a pré-candidata apenas essa medida não resolverá o problema da segurança pública brasileira. Ela defende que é preciso enfrentar sobretudo os homicídios, crimes sexuais e tráfico de armas. “São essas pessoas que precisamos prender, porque como Nação, precisamos se proteger dessas pessoas e viver com tranquilidade”.

A imagem pode conter: 3 pessoas, pessoas sentadas, sala de estar, sapatos e área internaPara Manuela, a pauta da segurança pública veio para a eleição nacional por razão de algumas tragédias e pelo contexto da intervenção militar. Ela explicou que o tema nas eleições anteriores era tratado como se fosse responsabilidades dos estados, e para ela, isso não é verdade.

“Essa eleição vai ser a primeira que terá o tema da segurança pública vai ser pauta. Até a eleição passada, diziam que a segurança pública é responsabilidade constitucional dos estados, as polícias são responsabilidade do estado, mas, o conjunto de problemas da segurança são federais”.

Para a pré-candidata do PCdoB, o Brasil precisa de uma autoridade nacional de segurança pública, que centralmente deve ter as seguintes tarefas: a investigação, a capacidade de inteligência das polícias e uma ouvidoria policial.

“Por que precisamos de uma ouvidoria para as nossas polícias? Porque o povo brasileiro tem medo das nossas polícias, e, tem razões de ter. A nossa polícia é uma das que mais mata no mundo, mas também, uma das que mais morre”.

“Precisamos devolver a credibilidade e relação das polícias com a população brasileira. E, garantir a tranquilidade dos policiais com boa remuneração e um seguro para eles, em caso de acidente ou óbito”.

Eletrobras

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, multidão e área internaA pré-candidata do PCdoB afirmou que é radicalmente contra a privatização da Eletrobras. Para Manuela, o tema das privatizações tem relação com o desenvolvimento do Brasil e com a sua soberania.

“Desconheço qualquer Nação do mundo que entregue o seu potencial e a sua autonomia de um setor estratégico, como a energia, na mão da iniciativa privada”, ressaltou.

Reforma Tributária

Durante a atividade, Manuela defendeu uma reforma Tributária progressiva. Segundo ela, é preciso pensar em como cobrar menos impostos dos mais pobres e cobrar impostos do 1% mais rico da população brasileira.

“Temos uma alta carga tributária sobre o consumo, os trabalhadores e trabalhadoras. E, temos uma baixíssima carga tributária sobre os multimilionários e a elite”, explicou.

Descriminalização do aborto

A pré-candidata do PCdoB defendeu a descriminalização do aborto e que o aborto seja visto como um tema de saúde pública. Em sua visão, é preciso garantir que as mulheres pobres realizem aborto com a mesma dignidade que as mulheres ricas realizam. “As mulheres e meninas de classe média do Brasil já realizam aborto com segurança”, frisou.

“Nunca me foi apresentado dados estatísticos de crescimento de números de interrupção de gravidez depois da legalização do aborto. Os países que regulamentaram esse tema, todos tiveram, inclusive dados que apontam o caminho inverso, a diminuição. Eu tenho a convicção de que todas essas mulheres ficarão vivas”, disse Manuela.

Rebele-se contra as injustiças

“Só serei eleita presidente da República se a maior parte do povo brasileiro, os 99%, que não ganham com juros abusivos e não vivem especulação financeira, se rebelarem. Se a sociedade brasileira se levantar contra um conjunto de injustiças contra a desigualdade. Nesse contexto, terei o principal dos aliados que qualquer político e que qualquer país do mundo poderia ter”.

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