Defendo eleições limpas e que a nossa cidade possa dialogar, diz Manuela

Em mais um debate do segundo turno das eleições municipais, a candidata do PCdoB à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela d’Ávila, demonstrou novamente ter conhecimento a respeito dos problemas da cidade e apresentou propostas que correspondem às necessidades reais da população. Desta vez, o embate entre ela e seu adversário, Sebastião Melo (MDB) ocorreu na TV Band/RS, na noite de quinta-feira (19).

Uma das questões abordadas diz respeito à necessidade de haver uma olhar especial da prefeitura para as mulheres. “A realidade é que nós, mulheres, temos as nossas particularidades para viver na cidade. Muitas de nós criam os seus filhos sozinhas. Então, precisamos de um olhar sim especial para a nossa condição. Dou um exemplo: na gestão do meu adversário, houve recursos para cinco creches que não foram entregues e elas fariam muita diferença para as mulheres que são mães ou sonham ser mães. Sabe por que? Porque quando uma mulher não tem onde deixar o filho, tem mais dificuldade de buscar trabalho”, disse Manuela.

A candidata também criticou a falta de propostas do ex-vice-prefeito para o público feminino. “Há, também, especificidades com o tema de segurança pública. O feminicídio cresce em Porto Alegre. Como pode um plano de governo ignorar isso e ignorar que nós temos necessidade de casas de proteção para as mulheres vítimas de violência? Nós, mulheres, podemos ocupar a política e queremos não só ser ouvidas, mas construir com as nossas próprias mãos como construimos Porto Alegre”.

A questão do machismo também esteve presente quando Manuela tratou sobre falsas informações que têm circulado dando conta de que ela não cumpriria contratos já estabelecidos. “Basta ter uma mulher que pode ser a primeira prefeita de Porto Alegre que vem o argumento de que nós romperemos contratos, não temos estabilidade…Nós garantiremos a estabilidade jurídica. Nós não repetiremos a Porto Alegre das obras abandonadas. Na nossa gestão, os contratos vão continuar”. E concluiu: “Cada um de nós aqui tem uma experiência. Tenho orgulho de ter sido vereadora, deputada federal, estadual, de ser mestre em políticas públicas. Aqui tem estabilidade, tem trabalho e vai ter obra entregue”.

Violência, transporte público e fake news

Ao tratar de violência, Manuela lembrou que Porto Alegre esteve entre as 50 cidades mais violentas do mundo em 2015 e 2016 segundo a revista The Economist. “Nós sabemos quem governava Porto Alegre naquela ocasião: o candidato Sebastião Melo era vice-prefeito, ou seja, um dos responsáveis por nós alcançarmos um nível tão triste que causou tanta preocupação”.

Ela defendeu que haja um conjunto de políticas integradas de combate à violência a partir da educação e do oferecimento de oportunidades para crianças e jovens. “Ações da Guarda Municipal, dos centros comunitários, garantir que as nossas crianças tenham vagas nas creches e nas escolas, fazer a gestão democrática das nossas escolas para que sejam ambientes ainda melhores para as nossas crianças e fazer com que cada escola seja espaço de cidadania em cada comunidade”.

Com relação à área do transporte, Manuela destacou: “Nós não queremos taxar os aplicativos. O que queremos é o contrário: criar um aplicativo próprio para que os motoristas de aplicativo paguem menos porque hoje eles são altamente explorados e chegam a pagar 40% do que recebem. E mais ainda: queremos criar na cidade os espaços para que eles possam descansar. Nós entendemos que há necessidade de tarifa mais baixa e de proteção daqueles que trabalham. Este é o meu lado desde sempre”.

Sobre a Carris, empresa pública de transporte, Manuela disse: “Defendo a manutenção da Carris pública. E isso tem relação direta com a qualidade. Porto Alegre já teve o melhor transporte público coletivo do Brasil. Nessa época, a Carris era balizadora da qualidade do transporte, ou seja, os recursos, ao invés de virarem lucro, viravam investimento”.

Manuela também falou sobre ataques e fake news de que é vítima. “Defendo eleições limpas e que a nossa cidade possa dialogar. Nós precisamos entender que a cidade é sim um território de conflito e que cabe à prefeita mediar esses conflitos. Eu vou ser uma prefeita que garante o diálogo, mas toma decisões”, disse.

 

Para assistir a íntegra do debate, clique aqui. 

 

Por Priscila Lobregatte