A candidata do PCdoB à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela d’Ávila, participou de sabatina da Folha de S.Paulo, exibida nesta sexta-feira (23). Durante a entrevista, ela tratou, entre outras questões, sobre os ataques sofridos pela família Bolsonaro, a relação entre governantes, a vacina contra a Covid-19 e as pesquisas de opinião. A mais recente, do Instituto Methodus, divulgada também nesta sexta-feira, mostra que a candidata continua à frente dos demais concorrentes (com 24,9%) e venceria em qualquer um dos cenários no segundo turno.

Questionada sobre os motivos que explicariam seu desempenho nos levantamentos, Manuela destacou, entre outros aspectos, que “nossa candidatura tem como centro derrotar esse projeto que nega a importância do serviço público, da proteção social, que não dialoga com a cidade e não acredita na participação, que não acredita que Porto Alegre pode ser uma cidade em que toda as pessoas contem igualmente”.

A candidata explicou que hoje Porto Alegre é a cidade dos “invisibilizados pelo poder público. Os homens e mulheres trabalhadores que vivem nas periferias foram abandonados na última década em nossa cidade”. Para ela, há hoje na capital gaúcha “uma sensação de que é possível ser diferente; é como se as pessoas deixassem o ódio como principal ativo político e voltassem a acreditar que é preciso trabalhar e esperançar a cidade”.

Com relação à “guerra” convocada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-SP) contra Manuela, a candidata respondeu: “Minha vida, nos últimos anos, foi atravessada pela violência e pela mentira promovida, financiada, distribuída e organizada pelo gabinete do ódio, liderado pelos filhos do presidente da República. E eu respondo a essa guerra que ele conclama da maneira como sempre respondi: trabalhando, mantendo minha cabeça erguida e lutando para que o Brasil vença a violência política e volte a fazer política a partir das saudáveis diferenças de ideias que podemos nutrir entre nós”.

No que diz respeito às relações federativas entre prefeitos, governadores e presidente, Manuela apontou: “Eu serei uma prefeita que vai se relacionar com o presidente da maneira que acho que todos os prefeitos e prefeitas devem se relacionar: disputando investimentos para o povo da minha cidade”.

Ao tratar do tema, Manuela falou também sobre a postura de Bolsonaro contrário à vacina Coronavac. “O presidente tomou essa decisão absolutamente ideológica e irresponsável com relação à vacina chinesa produzida no Butantan, levando em conta os seus interesses eleitorais, sua disputa com São Paulo e com o maior parceiro comercial do Brasil, que é a China, uma posição de joelhos para interesses que não são os nacionais, dos nossos empresários, do nosso povo. Como reagimos? Reagimos lutando pelo direito do nosso povo ser vacinado. Então, meu partido judicializa, os governadores que querem que o povo seja vacinado judicializa. O que vimos em Porto Alegre? Uma postura pacata”. Para Manuela, a relação entre presidente, governador e prefeito “tem que ser de respeito, mas eu sei que eu terei de ser a principal voz em defesa dos interesses das mulheres e dos homens que vivem na minha cidade”.

 

Por Priscila Lobregatte

 

Assista a íntegra da entrevista

 

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