Manuela critica Bolsonaro por declaração que ignora a fome do povo
A jornalista e ex-deputada do PCdoB, Manuela d’Ávila rebateu, nesta quinta-feira (8), a mais uma declaração completamente apartada da realidade feita pelo presidente Jair Bolsonaro em sua live semanal. Bolsonaro relacionou o aumento da inflação a um suposto maior consumo de alimentos durante a pandemia e disse que na média, as pessoas teriam passado a comer mais no último período. “Todo mundo engordou um pouco mais. É uma realidade”, disse o presidente.
“Parte expressiva da população brasileira vivendo em condições de insegurança alimentar e Bolsonaro falando sobre quem ganhou quilinhos na pandemia”, rebateu Manuela pelas redes sociais.
Em tom indignado, Manuela também declarou: “Gente, acabo de ouvir do Bolsonaro que a inflação no Brasil é responsabilidade das pessoas que engordaram durante a pandemia”.
Dados recentemente divulgados pela FAO mostram que entre 2018 e 2020, a prevalência de insegurança alimentar grave atingiu 7,5 milhões de brasileiros. Quando se incluem as informações relativas ao estágio moderado, passa de 49 milhões os brasileiros nessa situação.
Outro levantamento, coordenado por um grupo de pesquisadores da Universidade Livre de Berlim junto com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade de Brasília mostrou que em 15% dos lares brasileiros há privação de alimentos e fome e 59% (mais de 125 milhões de pessoas) enfrentaram quadro de insegurança alimentar no último trimestre de 2020.
Atraso para o Brasil
Manuela também criticou a política econômica do governo Bolsonaro: “A maior inflação em agosto dos últimos 21 anos é sentida no bolso e na mesa das trabalhadoras e trabalhadores. Parece que deu problema com o guru da economia de Bolsonaro. A política genocida e neoliberal de Bolsonaro são um atraso para o Brasil”.
De acordo com o IBGE, em agosto deste ano, a inflação atingiu 0,87%, maior índice registrado neste mês desde o ano de 2000; em 12 meses, a inflação chegou a 9,68%, a mais elevada desde fevereiro de 2016. Os grupos de transporte e alimentação/bebidas foram os principais responsáveis pelo aumento, acumulando 1,46% e 1,39% respectivamente.
Parte expressiva da população brasileira vivendo em condições de insegurança alimentar e Bolsonaro falando sobre quem ganhou quilinhos na pandemia
— Manuela (@ManuelaDavila) September 9, 2021
Por Priscila Lobregatte
Com agências