Entidades de aposentados, sindicatos e movimentos sociais lançaram um manifesto contra o fim da gratuidade nos transportes públicos para idosos entre 60 e 64 anos, instituído pelo Governo estadual e pela Prefeitura de São Paulo.

“Enquanto o governador João Dória acabou com a gratuidade através de um decreto, o prefeito Bruno Covas, por meio do seu líder na Câmara dos Vereadores, anexou o tema a um projeto de lei que tratava de assuntos relativos às subprefeituras, e sem relação com o direito dos idosos ao passe livre nos transportes públicos”, afirma o manifesto.

Segundo o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos/Força Sindical); Sindap (Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da UGT); Sintap (Sindicato Nacional dos Aposentados/CUT); FAPESP (Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo); CMB (Confederação das Mulheres do Brasil); FACESP (Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo); UNEGRO (União de Negras e Negros Pela Igualdade e UEESP (União Estadual dos Estudantes de São Paulo), que subscrevem o manifesto, a medida da Prefeitura e do Governo do Estado foi “uma manobra antidemocrática, sem debate ou justiça, no apagar das luzes de 2020”.

As entidades denunciam que ainda mais “inaceitável” é ter sido implementada “em meio a uma grave crise econômica, social e sanitária, na qual são justamente os idosos a imensa maioria das vítimas fatais”.

Segundo elas, “tal medida atinge diretamente o direito dessa população à saúde e à vida”. E justamente nesse “momento de tantas dificuldades, em que a população precisa de mais apoio do poder público e de seus direitos garantidos e ampliados”.

“Também são os idosos o grupo que mais sofre restrições de locomoção, convivência e trabalho nesse momento. Tal realidade traz consigo consequências gravíssimas para a saúde mental e física, assim como para a obtenção das condições econômicas mínimas para a sua subsistência. Mais do que nunca, é obrigação do Poder Público amparar e apoiar os idosos. Não fazê-lo é um ato de desumanidade e choca ver os governos agirem dessa maneira”.

As entidades argumentam ainda que “a alardeada economia aos cofres públicos que seria alcançada com essa medida insensível não paga os custos sociais e os sacrifícios gerados para milhares de idosos”.

E finalizam conclamando o poder público ao diálogo e pedem a revogação do decreto e da lei, por “uma rede de proteção aos nossos mais velhos, que tanto contribuíram e contribuem com nosso país”.

Além das entidades que subscrevem o documento, assinam o manifesto confederações de trabalhadores, sindicatos, associações profissionais, comunitárias e de mulheres e entidades estudantis.