O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, no processo de “fritura” que levou à saída de Joaquim Levy da presidência do BNDES e do advogado Marcos Barbosa Pinto da diretoria de Mercado de Capitais do banco.
Segundo ele, foi “uma covardia sem precedentes”. “Levy veio de Washington [onde ocupava cargo de diretor do Banco Mundial] para trabalhar no governo. Está errado [sair assim], não pode tratar as pessoas deste jeito. Se é para demitir, chama e demite. Ninguém é obrigado a ficar com um servidor de confiança se deixou de ser de confiança. Agora, tratar da qualidade dos dois desta forma, eu achei muito ruim”, disse Maia.
Levy pediu demissão domingo (16), um dia após Bolsonaro ter dito em entrevista coletiva que ele estava com a “cabeça a prêmio”. Bolsonaro cobrava dele a demissão de Marcos Pinto, que renunciou no sábado após a fala do presidente.
Pinto trabalhou como assessor do banco no governo PT, sendo considerado alguém “suspeito” pelo chefe do executivo. “O Levy nomeou Marcos Pinto para o BNDES e eu já estou por aqui com o Levy. Falei pra ele: ‘Demite esse cara ou eu demito você segunda sem falar com o Guedes’”, contou Bolsonaro na entrevista.
Maia afirmou ter ficado “perplexo” com o tratamento dado por Guedes a Joaquim Levy. O presidente da Câmara acrescentou que, com a saída do presidente do BNDES, cabe ao ministro, controlar a situação.
“Quem tem que segurar firme é quem nomeou, e foi o ministro”, disse. “Quem nomeou foi o Paulo Guedes. Ele quem precisa garantir equilíbrio nessas relações”, pontuou