Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB e vide-governadora de Pernambuco, candidata à reeleição | Foto: reprodução.

Em entrevista à revista CartaCapital, concedida ao jornalista Alisson Matos nesta quarta-feira (23), a presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, falou sobre o atual estágio das negociações em torno da formação da federação de esquerda.

Confira a íntegra: 

Ao contrário do PSB, que tem divergências com o PT para a formação de uma federação partidária, a presidente do PCdoB, Luciana Santos, considera que as chances da união se concretizar são de 80%.

A dirigente partidária acredita que, no fim, além do seu partido, o PT, PSB e o PV estarão reunidos em um só bloco, mas aponta dificuldades que, até o momento, impedem o fechamento do acordo.

De acordo com Luciana, o aumento do prazo – até o fim de maio – para se concretizar as federações “facilitará a construção” de consensos.

O PCdoB acabou de aprovar essa federação com PT, PV e PSB e é nisso que vamos buscar esgotar até as últimas consequências.

Os impasses, além das indicações para as disputas dos governos nos estados, estão na composição da assembleia que substituiria os diretórios nacionais das legendas.

“A gente fechou praticamente em quase todos os aspectos da governança. Ainda falta um ou outro aspecto que é das decisões que não forem unanimes”, disse a comunista em conversa com CartaCapital na quarta-feira (23). “A lógica que nos move é a seguinte: queremos uma equação que nem o PT sozinho decida e nem os outros partidos juntos decidam sobre o PT. Há uma concordância na tese e agora precisa ver no que isso se traduz”.

A presidente do PCdoB ressalta, no entanto, que o tamanho e o peso político dos partidos devem ser respeitados na negociação da assembleia.

Ao contrário do PV, que já cogita a federação sem o PSB, Luciana aposta que os socialistas não vão desistir da união. “No que pese haver resistências, avançou [a negociação com o PT] em Pernambuco e em outros estados, mas precisa de mais tempo político para isso”, afirma. “Já fizemos três reuniões de governança e aposto e acredito nessa saída”.

Se concluída, a federação será obrigada a lançar chapas conjuntas em todos os estados e a atuarem unidas por quatro anos no Congresso e nas Assembleias.

 

(PL)