A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, comentou nesta sexta-feira (25), por meio de suas redes sociais, dados mostrados pelo epidemiologista Pedro Hallal na CPI da Covid que explicitam como a doença atinge mais negros e indígenas do que brancos, demonstrando, mais uma vez, o alto grau de desigualdade do país, agravada pela pandemia.

Luciana destacou que “o vírus não é democrático”. A dirigente explicou que “o levantamento de Hallal indicou que, entre maio e junho do ano passado, a infecção por Covid-19 atingiu em média cinco vezes mais indígenas do que brancos e duas vezes mais os negros do que a população branca”.

A presidenta relatou ainda que de acordo com o levantamento, “no final de junho, a incidência da doença entre os indígenas era de 7,8% — enquanto que em brancos a ocorrência era de 1,7%”. Luciana lembrou que “o dado foi censurado em uma apresentação que ele faria no Planalto”.

Por fim, disse Luciana, “pensar políticas efetivas requer dados, pesquisas — coisas que o governo federal despreza — e vontade política que, aparentemente, nunca teve”.

Durante sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (24), Pedro Hallal relatou que os dados com recorte sobre etnia da pesquisa EpiCovid-19 causou incômodo quando apresentada em coletiva no Palácio do Planalto em julho do ano passado, ao ponto de a parte que tratava do assunto ter sido retirada pelo Ministério da Saúde.

“Eu era o investigador principal da pesquisa, eu preparei um conjunto de slides junto com o meu grupo da Universidade Federal de Pelotas, entreguei os slides para a Secretaria de Comunicação do Ministério da Saúde. E quando fui apresentá-los, um dos slides tinha sido retirado e eu fui comunicado 10 minutos antes. Se este episódio não caracteriza censura, eu peço desculpa aos senhores senadores e senhoras senadoras para me explicarem o que é censura, se não é este episódio”, disse Hallal na CPI.

 

Por Priscila Lobregatte

Com agências