Seis partidos políticos reuniram seus representantes nesta segunda-feira (15) em Brasília para lançar uma frente democrática de apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República. A reunião ocorreu na sede nacional do PSB. Presente na reunião, a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos proferiu sobre a construção de uma frente ainda mais ampla contra a barbárie.

O encontro reuniu integrantes do PT, PCdoB, Pros, PCB, PSB e Psol e lançou uma carta onde afirmam que apoiar Fernando Haddad representa lutar contra a “ameaça fascista”.

O documento da Frente aponta ainda que a candidatura Haddad representa o projeto de país onde “todos têm oportunidades, não apenas os privilegiados de sempre”.

Em seu pronunciamento, Luciana Santos afirmou que é preciso fazer uma interlocução com outros partidos. “Queremos nos reunir com qualquer um que lute contra a barbárie e pela democracia”.

Para ela, é preciso reconhecer a verdadeira dimensão desta batalha eleitoral, disse, ao se referir a polarização destas eleições. Segundo Luciana, as duas candidaturas representam dois rumos díspares, o da democracia e o da barbárie.

“Essa batalha hoje não é uma batalha que polarizou as disputas nesses últimos anos no Brasil. Não é uma batalha de uma aliança liderada pelo Partido dos Trabalhadores versus uma que foi liderada ao longo desse tempo todo pelo PSDB. Nós estamos tratando aqui de outra polarização no Brasil, outra polarização que ou você caminha para a barbárie ou você continua num ambiente civilizatório. Porque o que nós vimos nessa primeira fase já do segundo turno é uma campanha que acentuou a agressividade, uma campanha que quer tocar o medo na população brasileira”.

A dirigente disse no encontro que é preciso lutar pela democracia e para isso, é preciso “marchar para uma frente ampla que possa considerar esse caminho civilizatório que o Brasil percorreu com muito suor nesses últimos 30 anos na luta da constituição e da redemocratização brasileira”.

Em sua fala, Luciana Santos destacou ainda a ausência do candidato do PSL nos debates para se fazer o verdadeiro debate de ideias. “Nós precisamos garantir que a população brasileira tenha o debate”. Para ela, o não comparecimento de Bolsonaro “é uma estratégia de quem não pode apresentar o que pensa sobre o Brasil. Uma farsa”.

A parlamentar comunista apontou que a candidatura da Frente é a que tem de fato propostas para reconstrução do Brasil, que garanta emprego para a população.

“Essas forças políticas aqui têm autoridade para falar em pleno emprego, essas forças políticas aqui tem autoridade para falar em defesa dos interesses da Nação. E é isso que nós queremos, que venha para o debate, não fuja”, ressaltou a dirigente.

Luciana que é deputada federal e foi eleita vice-governadora de Pernambuco nas eleições de outubro, desqualificou o discurso de que Bolsonaro é novo na política e que representa a mudança. “Um homem que passou 28 anos na política não pode dizer que é um outside”.

E lembrou sua aproximação com as medidas impopulares do governo Temer: “É um homem que votou na agenda do governo Temer. Ele é o Temer disfarçado. E o povo brasileiro saberá disso na hora que ele se apresente como ele é”.

Confira a íntegra da fala da presidenta do PCdoB, Luciana Santos:

Ações

Na mesma linha de ampliação da frente, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que uma das primeiras ações é pedir apoio de todos os partidos comprometidos com a democracia, começando por quase todas as legendas do Congresso Nacional que participaram do pacto que deu origem à Constituição Federal de 1988.

“Uma coisa é nós divergirmos em linhas programáticas da economia, em programas sociais. Outra coisa é abrirmos mão de todas as regras da democracia. O que está em risco é a democracia e os direitos da população, como trabalho, renda, as conquistas sociais que tivemos. Avaliamos que o momento é crítico”, disse.