Luciana Santos: privatização da Eletrobras é crime contra o Brasil
A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, repudiou, pelas redes sociais nesta quarta-feira (16), a aprovação, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), da privatização da Eletrobras, que possibilita ao governo de Jair Bolsonaro mais um ataque a um setor estratégico para o país.
“O TCU aprovou a privatização da Eletrobras a preço de banana. Isso é um crime contra o Brasil! A Eletrobras é do povo e deve servir a ele, não aos interesses privados. O resultado do entreguismo será o aumento na conta de energia. Não podemos permitir!”, declarou Luciana.
A dirigente comunista colocou ainda que “Bolsonaro entrará para a história como o destruidor das empresas nacionais, tão importantes para nosso desenvolvimento. Segue a lógica colonial, ao promover a desindustrialização do país e querer transformá-lo num mero fornecedor de matéria-prima sem valor agregado”.
Sem o controle estatal em áreas estratégicas como energia, lembrou Luciana, “o Brasil fica à mercê das decisões de empresas estrangeiras, que não têm compromisso social, não transferem tecnologia nem conhecimento e pouco investem em inovação”.
Conforme destaca o documento “Diretrizes para uma plataforma emergencial de reconstrução nacional”, aprovado pelo Comitê Central do PCdoB no último sábado (12), com a venda da Eletrobras “o governo pretende realizar uma operação que compromete seriamente não apenas a segurança energética, mas também a própria segurança nacional, e as possibilidades de desenvolvimento, dado seu caráter estratégico”.
O documento salienta ainda que “o governo decidiu alienar a Eletrobras no exato momento em que se iniciava uma das maiores crises hídricas da nossa história, com ameaça de racionamento e forte encarecimento das tarifas de energia, engendrando uma situação emergencial. Essa operação será desfeita, o mesmo devendo ocorrer com os Correios, caso também sejam privatizados”.
Valor rebaixado, tarifa em alta
A decisão do TCU foi tomada na terça-feira (15), quando a maioria dos ministros acompanhou a posição do relator Aroldo Cedraz, favorável à venda. O valor estipulado é de R$ 67 milhões. De acordo com dirigentes da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel) e da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) a empresa vale, no mínimo, R$ 400 bilhões.
Além do retrocesso que a venda da estatal representa do ponto de vista estratégico e da soberania nacional, de acordo com projeções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a privatização pode elevar a tarifa de luz em cerca de 16% de imediato. Além disso, o consumidor pode vir a arcar, ainda, com piora na qualidade dos serviços.
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Por Priscila Lobregatte
Com agências