Luciana Santos: "A nota conjunta da Oposição é uma conquista, é simbólica e é emblemática"

A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, participou na tarde desta segunda-feira (30) de uma transmissão pelas redes sociais para tratar do enfrentamento do novo coronavírus.

Ela destacou o esforço de união da Oposição contra Bolsonaro, materializado em um Plano de Emergência Nacional, com série de ações concretas enumeradas em documento divulgado nesta segunda-feira.

A dirigente do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco fez duras críticas aos posicionamentos de Bolsonaro, que tem confrontado outras autoridades, como governadores e prefeitos, para incentivar que as pessoas retornem ao trabalho.

“Nós, dos partidos de Oposição, estamos organizando uma queixa-crime contra Bolsonaro”, adiantou Luciana, comentando que a denúncia relaciona-se ao presidente ter incentivado aglomeração de pessoas em um giro por Brasília e diversas cidades do entorno no Distrito Federal.

“Hoje, lançamos uma nota comum de vários partidos do nosso campo conclamando medidas emergenciais e um ambiente de unidade nacional. Não se pode conclamar guerra contra governadores e prefeitos que estão cumprindo o que diz a Organização Mundial da Saúde e o próprio Ministério da Saúde. Esta briga inconsequente. [Bolsonaro] quer colocar a crise no colo dos governadores e prefeitos”, afirmou Luciana.

“A nota é uma conquista, é simbólica e é emblemática. Estamos vendo a necessidade de buscar convergência, e de sermos firmes, apesar das nossas diferenças. O que está em jogo é a vida dos brasileiros e a busca por alternativas para a nação reencontrar o rumo do crescimento”, destacou.

“Em um momento assim podem prevalecer modelos autoritários ou alternativas, um novo modelo, com Estado do tamanho necessário para garantir os direitos do povo. E não o Estado Mínimo propalado pela agenda neoliberal”, disse.

Fique em casa

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica o isolamento social horizontal, os cientistas, o próprio Ministério da Saúde, que organiza e orienta a ação dos municípios e estados. O isolamento leva a paralisia de certas atividades. É claro que sabemos dos efeitos disto. Mas a solução não é ignorar a pandemia”, ressaltou a presidenta nacional do PCdoB.

Na explicação sobre o cenário atual, Luciana denunciou falácia contida no discurso da retomada de atividades para a retomada da economia. Segundo explicou, um país como o Brasil, dependente de insumos em diversas áreas da sua cadeia produtiva, não tem condição de retomar atividades se faltarão suplementos vindas de outras nações, que pararam por causada pandemia.

“Nosso país tem independência em commodities, e olhe lá. Se o mundo está parado, como vamos voltar à atividade econômica?”, frisou.

Comissão Política Nacional

Luciana tratou ainda da reunião da Comissão Política Nacional (CPN) da última sexta-feira (27), quando a direção do partido reafirmou a necessidade “barrar Bolsonaro” e de por em prática uma série de medidas que garantam “investimentos robustos no SUS”, para que não faltem equipamentos de proteção para os profissionais de saúde, UTIs, leitos e respiradores para os pacientes, testes e tudo mais que seja necessário para o momento.

Comentou a importância de informar corretamente a população e pressionar para que o apoio às famílias que mais precisam saia do papel e mencionou a importância da atuação da bancada do PCdoB na Câmara. Tratou ainda do financiamento do Estado para garantir as necessidades do povo.

“O Estado Mínimo está falido, está demonstrado, ainda mais num momento como este”, afirmou, em defesa de um Estado garantidor dos direitos, empregos e renda da população.

Da nota lançada pela CPN, destacou a relevância da militância enfrentar o debate de ideias e de se organizar, dos modos possíveis, em atitude solidária com relação ao povo.

Respondendo a pergunta que chegou pela rede, Luciana lembrou que está mantido em 4 de abril o prazo final para as filiações daqueles e daquelas que querem concorrer às eleições de 2020.

“A direção do partido, estamos monitorando isto a miúde. Na CPN passamos em revista o quadro atual e seguimos lutando pra formar chapas próprias”, afirmou.

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Pernambuco

Luciana, como vice-governadora de Pernambuco, também explicou os esforços do estado para proteger a população.

“O governo de Pernambuco está comprando 300 mil testes por meio do Consórcio do Nordeste, além de equipamentos de proteção para os profissionais do estado e dos municípios, e providenciando leitos de UTI. Estamos contanto com a solidariedade grande dos pernambucanos e das pernambucanas, que como as brasileiras e os brasileiros com mínimo de racionalidade, estão fazendo o que sabem que é necessário”, afirmou.

“Precisamos cuidar das nossas vidas, precisamos de solidariedade, e de basta, Bolsonaro”, concluiu.

Assista na íntegra: