Luciana Santos durante reunião do Comitê Central do PCdoB

A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, analisou, em postagem nas redes sociais, algumas das dificuldades pelas quais passa o Brasil graças às fragilidades da política externa subserviente do governo Bolsonaro. “A realidade mostra que o Itamaraty perdeu a bússola na sua gestão e, com amadorismo, escancara portas à concorrência de Estados Unidos, França e China na área de maior relevância geopolítica aos interesses do Brasil, a América do Sul”, destaca a comunista, que também é vice-governadora de Pernambuco.

Leia a íntegra:

Na última reunião da direção nacional do PCdoB fiz algumas ponderações sobre nossa política externa diante de um contexto internacional muito difícil. Há um desnorteamento da política externa brasileira, cuja característica recente tem sido a hostilização de parceiros fundamentais, como é a Argentina, e as ameaças de saída do Mercosul, ou o afrontoso episódio de estimular mercenários invadirem a embaixada da Venezuela em Brasília.

A realidade mostra que o Itamaraty perdeu a bússola na sua gestão e, com amadorismo, escancara portas à concorrência de Estados Unidos, França e China na área de maior relevância geopolítica aos interesses do Brasil, a América do Sul.

Os resultados da política externa neste primeiro ano são negativos. As apostas feitas pelo clã Bolsonaro, de que a amizade com Trump renderia aspectos concretos ao Brasil, demonstraram ser uma mera ilusão – não há amizades em política externa, somente interesses. Tanto a entrada do Brasil na OCDE, como a exportação de carnes brasileiras para os EUA se viram frustradas. Diante das dificuldades encontradas tem tido que, pontualmente, adotar posições pragmáticas com respeito a China.

Temos profundas e severas críticas ao Tribunal Penal Internacional (TPI), por ele ser em grande medida um instrumento das grandes potências contra os interesses dos povos e nações. No entanto, é um fato grave que o Presidente da República venha a ser denunciado naquela corte, acusado de genocídio. Precisamos estar atentos a esses aspectos porque suas consequências vão muito além de macular a imagem do Brasil no exterior.