A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, usou suas redes sociais nesta terça-feira (22) para se manifestar a respeito do processo envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin pelo governo de Jair Bolsonaro.

“Bolsonaro atuou pessoalmente na compra da vacina indiana Covaxin, por valor 1000% maior que o estimado. A Covaxin, a mais cara entre as adquiridas no Brasil, ainda não possui sequer o aval da Anvisa”, criticou Luciana.

Ela lembrou ainda que “enquanto as negociações com a Pfizer duraram 11 meses e com o Butantan pela Coronavac duraram cerca de sete meses, com o laboratório indiano as tratativas levaram três meses. Estranho, não?”.

Conforme notícias veiculadas nesta terça-feira (22), o Ministério Público Federal identificou indícios de crime no contrato — no valor de R$ 1,6 bilhão — envolvendo o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, representante, no Brasil, do laboratório fabricante da vacina indiana. Um dos pontos considerados pelo MPF na apuração foi o depoimento de um servidor da pasta indicando ter havido pressão atípica de superiores hierárquicos para a aquisição do imunizante.

A procuradora da República Luciana Loureiro assinalou, em despacho datado de 16 de junho, que “a omissão de atitudes corretivas da execução do contrato, somada ao histórico de irregularidades que pesa sobre os sócios da empresa PRECISA e ao preço elevado pago pelas doses contratadas, em comparação com as demais, torna a situação carecedora de apuração aprofundada, sob duplo aspecto cível e criminal uma vez que, a princípio, não se justifica a temeridade do risco assumido pelo Ministério da Saúde com essa contratação, a não ser para atender a interesses divorciados do interesse público”.

A aquisição da vacina indiana também está no foco das investigações feitas pela CPI da Covid no Senado.

 

Por Priscila Lobregatte