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Na abertura do lançamento virtual da ação nacional de arrecadação, realizada na noite desta quarta-feira (22), com a participação de 250 dirigentes e pré-candidatos do PCdoB em todo o país, a presidenta nacional do Partido, Luciana Santos, fez uma análise da conjuntura e ressaltou que “os desafios atuais são gigantescos”.

A dirigente lembrou das dificuldades enfrentadas pelo Partido nas últimas eleições em 2018 que não atingiu a cláusula de barreira, mas que “deu a volta por cima de maneira espetacular quando fez a integração da força revolucionária, o PPL, ao PCdoB e que só agregou valor”, comemora. Para ela, a consolidação só foi possível, porque houve “uma confluência de ideias e de luta, da trajetória dos dois partidos na defesa da nação e dos trabalhadores”.

Brasil governado pela extrema-direita

Para a presidenta do PCdoB, o Brasil está sendo governado hoje pela extrema-direita derivado de fatores externos, orquestrado por uma crise que abateu o mundo. “Agora estamos diante dessa situação no Brasil que não é única, tem singularidades, mas vivemos em todo o mundo uma influência de governos extremistas da direita, fruto, principalmente, da crise econômica de 2008”. Explicando as alternativas que surgiram a partir daí, Luciana comentou que no âmbito do campo liberal, surge de um lado as correntes do bem-estar social e de outro lado, os que defendem o caminho do autoritarismo.

“É fato que a agenda ultraliberal não cabe na democracia, ela precisa do autoritarismo e é um pouco isso que explica o fenômeno do Bolsonaro já em 2018”, esclarece.

Pandemia acentua ainda mais as crises no Brasil

Para Luciana, a pandemia do novo coranavírus embala e acentua ainda mais a crise econômica e política. “A pandemia nos traz impactos gigantescos, começando por ceifar as vidas das pessoas, o mundo todo vive essa drama e vem à tona vários aspectos sociais, econômicos, humanitários, de valores e de pano de fundo de um forte debate ideológico”, diz, lembrando que o presidente dos EUA, Donalt Trump e o clã de Bolsonaro “tentam cravar logo de cara que esse vírus é chinês”, recorda.

A presidenta Luciana explica que esses tipos de insinuações não são “de graça”. “Isso ocorre porque tem um pano de fundo ideológico muito forte, aceleram a transição na geopolítica no mundo, por disputas de padrão tecnológico e diversos outros fatores dessa natureza, até na intercepção de mercadorias”, pondera, exemplificando: “a grande disputa mundial” pelos respiradores, medicamentos e agora pela descoberta da vacina.

Situação dramática

No Brasil, quando a Covid chega, já chega numa situação de vulnerabilidade muito grande, de dependência histórica que o país tem, de um governo de extrema-direita e as condicionantes do padrão das cidades muito abaixo da média mundial, disse Luciana.

Aqui, cerca de 70 por cento da população vive nas cidades. “Em aglomerados”. “E estamos assistindo hoje uma situação onde mais de 80 mil vidas foram perdidas, isso não se traduz apenas em número, mas em dor, em pessoas que estão perdendo seus entes queridos”. Além disso, adverte a presidenta, metade da população no Brasil está desocupada, sem emprego. E no meio disso tudo, um presidente que é o próprio vetor de instabilidade e das crises.

Ainda na reunião, a presidenta falou de a importância dos comunistas não deixarem naturalizar a situação dramática que o país atravessa. “A gente não pode naturalizar. O Brasil convive com 60 mil mortes por ano com violência urbana (…). Nós estamos na casa de mais de 80 mil pessoas mortas pela Covid-19 em pouco mais de quatro meses e eles querem naturalizar isso, dizendo que é assim mesmo”.

Segundo Luciana Santos, o dever de todos “é desmascarar e colocar a responsabilidade no colo de quem tem que ter a responsabilidade, que é exatamente o presidente da República que desde o primeiro momento agiu banalizando a pandemia, se desobrigando, tentando colocar a responsabilidade colo dos governadores e dos prefeitos. Para ela, os comunistas agiram certo. “Procuramos cravar no Bolsonaro que ele tem tido uma posição genocida diante de um fato tão relevante na história da humanidade”.

Neste sentido, a presidenta orientou que é preciso continuar no combate, observando e esclarecendo a opinião pública sobre o que representa esse governo. “Nós precisamos fazer essa luta política para derrotar Bolsonaro, nas eleições municipais, nas frentes de luta em todas as áreas da ação dos comunistas no Brasil todo”.  E ainda, “continuar com o isolamento social, solidários com o povo!”, conclui Luciana.

A reunião continuou com a apresentação da ação nacional de arrecadação do PCdoB, sob a coordenação do secretário de Administração e Finanças, Ricardo Abreu Alemão. Na ocasião, houve ainda contribuições dos secretários de Organização do PCdoB, Fábio Tokarski e de Comunicação, Adalberto Monteiro e intervenções dos dirigentes nos estados.

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