A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, em entrevista ao podcast Calabouço, falou, nesta quinta-feira (22), entre outros assuntos, sobre a importância do PCdoB na luta pela igualdade na perspectiva da construção do socialismo, cláusula de barreira, frente ampla contra Bolsonaro e o enfrentamento ao machismo.

Ao tratar da necessidade de haver um partido como o PCdoB no país, Luciana destacou: “Somos uma necessidade histórica porque o modelo do capitalismo está falido, em guerra e é um modelo de exclusão social. O Brasil é o maior exemplo disso. Temos 1% da população que detém 60% da renda, um país rico com um povo pobre. Milhões de brasileiros sequer têm condições de ter segurança alimentar, então, é o capitalismo que não tem perspectiva para a humanidade. Nós temos”, disse Luciana.

Com relação às imposições e dificuldades trazidas pela cláusula de barreira, a presidenta colocou: “a dificuldade é que há uma legislação autoritária que tem como objetivo excluir da democracia brasileira exatamente os partidos mais ideológicos, com mais firmeza, perspectiva e programáticos, com o discurso de que é para acabar com partidos de aluguel”. E completou: “Mas, enquanto existir injustiça haverá necessidade de um partido comunista”.

Luciana destacou que o PCdoB tem o objetivo estratégico de construir o socialismo no Brasil, mas tem também metas estratégicas intermediárias mais imediatas. “Hoje o objetivo é derrotar Bolsonaro”, disse. E para isso, apontou, “precisamos da turma que não pensa como a gente programaticamente”, acrescentando que “é importante que estejamos juntos contra Bolsonaro”. Luciana argumentou que é preciso ter força política neste momento e isso significa “unir com amplitude e amplitude é conviver com pensamentos diferentes”.

A dirigente apontou ainda que uma frente ampla precisa “ter correntes e representações de classe diferenciadas, que representem determinadas bases sociais porque o Brasil é plural. Tanto que o bolsonarismo, que é um pensamento extremamente conservador, de direita, tem na base da sociedade no mínimo seus 20%”.

Sobre a luta por maior representatividade e presença feminina nos espaços de poder, colocou: “Sinto-me com a responsabilidade de fazer jus à força real que as mulheres têm na sociedade brasileira. Somos mais de 40% da população economicamente ativa, chefes de família, e não somos mais porque ainda há muitas amarras para que as mulheres possam exercitar suas potencialidades porque o machismo e toda a sua construção cultural são muito fortes”.

 

Por Priscila Lobregatte