Lote de 600 mil vacinas da Pfizer ficou parado em Guarulhos por 4 dias
O governo Bolsonaro voltou a demonstrar o seu completo descaso com a imunização dos brasileiros. Dessa vez, um lote com 600 mil doses de vacinas da Pfizer ficou estocado no depósito do Ministério da Saúde no lado do aeroporto de Guarulhos de segunda (12) à quinta-feira (15). Enquanto isso, municípios de todo o país reduziam o ritmo da vacinação por falta de doses.
A carga que chegou dos EUA na madrugada do domingo (11), foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), somente na noite da quinta-feira. Depois disso, começou o jogo do empurra-empurra das responsabilidades.
Segundo a agência, a liberação dependia de cumprimento de pendências por parte do importador, ou seja, do governo federal.
Em nota, a Anvisa afirmou que “a fim de agilizar o recebimento de vacinas no Brasil, todos os lotes importados são desembaraçados pela Anvisa no mesmo dia, mesmo que faltem documentos, mediante assinatura de TRG [Termo de Guarda e Responsabilidade], sob responsabilidade do importador.”
Já o Ministério da Saúde, dirigido pelo ministro Marcelo Queiroga, contradiz a agência federal e afirma que “assim que desembarcaram em Guarulhos, as doses seguiram para o processo de checagem de temperatura, feito dentro do período esperado”.
Segundo a nota, “depois da análise do laboratório, em conjunto com técnicos do Ministério, houve tentativa de enviar os documentos na segunda-feira (12), mas o sistema da Anvisa estava fora do ar. O processo seguiu na terça-feira (13) e foi liberado pela agência reguladora dois dias depois”.
Esta não é a primeira vez que o governo Bolsonaro prefere manter vacinas em estoque do que distribuir pelo Plano Nacional de Imunização (PNI). Em junho, três milhões de doses da vacina Janssen, doadas pelos EUA, ficaram por mais de uma semana nos depósitos do Ministério da Saúde.
As vacinas Janssen só foram liberadas após a denúncia do governador de São Paulo, João Doria, que ameaçou entrar na justiça pela liberação das doses.