A Liga Árabe rejeitou o plano apresentado por Trump – apoiando a usurpação das terras palestinas ocupadas (tanto a que já é perpetrada desde a ocupação quanto a prometida anexação do Vale do Jordão pelo premiê Netanyahu) – excrecência que o atual ocupante da Casa Branca chama de “acordo do século”.

Ao abrir a sessão emergencial, o presidente da Liga Árabe, Ahmed Aboul-Gheit, declarou que o encontro, desde seu início, apontou para o fato de que o plano de Trump se implantado “perpetuará o apartheid e, por isso, também é desvantajoso para Israel”.

No seu comunicado, a Liga Árabe – após reunião de emergência realizada no Cairo no dia 1º de fevereiro – afirma aquilo que foi apresentado por Trump “não conduzirá a um acordo de paz” e que, portanto, “não colaborará com a execução do plano” da Casa Branca.

Os ministros do Exterior reunidos no Cairo afirmaram também o “direito palestino de criar um Estado baseado nas terras que Israel capturou e ocupou” na Guerra dos Seis Dias de 1967.

Como ressaltou Aluf Benn, editor-chefe do jornal israelense, Haaretz, “o que foi apresentado por Trump como seu ‘plano de paz’ foi simplesmente a doutrina de Netanyahu”. Para ele, o que a Casa Branca quer extrair dos palestinos é a “capitulação”.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, que apresentou (como mostra a foto) as diversas etapas da sinistra ocupação da Palestina por parte do regime israelense, enfatizou: “Não vou passar à história como aquele que vendeu Jerusalém”.

Abbas também anunciou a decisão da Autoridade Nacional Palestina de cortar todos os laços com os Estados Unidos e Israel.  O presidente palestino também esclareceu as razões pela qual a reunião de emergência foi convocada: “deixar claro que este plano não tem qualquer legitimidade”.

“O plano de Trump”, prosseguiu Abbas, “deixa os palestinos com apenas 11% do seu território. Nós concordamos com o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, o que significa 22% da Palestina histórica e, agora, até isso querem nos tirar”. “Daqui a pouco vão querer nos proibir de rezar”, alertou.

“Ainda assim”, acrescentou Abbas, “nós ainda acreditamos na paz e buscamos um mecanismo internacional que coloque em prática as decisões tomadas pela comunidade internacional. Não pedimos o impossível”.

Ao finalizar seu pronunciamento, o líder palestino esclareceu as razões centrais para a rejeição ao plano apresentado por Trump: “Este ‘plano de paz’ requer de nós que não nos unamos às organizações internacionais, que abandonemos a soberania sobre os territórios, que rechacemos as decisões internacionais, enquanto que as autoridades da ocupação israelense demolem diariamente os lares palestinos para a construção de novos assentamentos. Israel seguirá sendo considerada país ocupante e será responsabilizada por isso”.