O compositor Aldir Blanc, que morreu aos 73 anos, no Rio de Janeiro, vítima da covi-19

Morreu na madrugada desta segunda-feira (4), aos 73 anos, o compositor Aldir Blanc, autor e coautor de músicas como “O bêbado e o equilibrista” (com João Bosco), ícone da luta pela reabertura da ditadura militar.

Aldir também compôs “Querelas do Brasil” que com os versos “O Brazil não conhece o Brasil / O Brasil nunca foi ao Brazil” mostra, neste momento, sua genialidade atemporal. Também são da lavra do autor canções como “Resposta ao Tempo” e “Linha de Passe”.

Considerado um dos maiores letristas do país, médico psiquiatra de formação, Aldir foi uma das mais de 7 mil pessoas vítimas da covid-19 no Brasil, doença causada pelo novo coronavírus. Ele foi internado no último dia 10 no hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, com pneumonia e infecção urinária. Dias depois foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Pedro Ernesto, na mesma cidade, onde morreu por efeito da covid-19.

A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, usou suas redes sociais para lamentar a perda. Ela ressaltou que “Aldir Blanc nos presenteou com algumas das mais lindas canções da música brasileira. Nos enche de tristeza a notícia do seu falecimento. À sua família e amigos meu abraço solidário”.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), comentou: “Aldir Blanc se foi… Perdemos um lutador e um artista da liberdade, da poesia e do povo!” e desejou “Força para Mary, filhos e netos. Força para todos nós”.

Manuela d’Ávila, ex-deputada federal, escreveu que com a morte de Aldir, Brasil perde “um de seus maiores”.

O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) afirmou que este é “um dia triste para a música Brasileira”.

“Aldir Blanc ficará eternizado em nossos corações e nas nossas lembranças, e seu legado nunca será esquecido. Meus sentimentos à toda a família e aos amigos. Descanse em paz, Aldir”, escreveu.

Orlando Silva, deputado federal por São Paulo, afirmou que “o Brasil fica mais triste e pobre”, com a morte do compositor e mandou um abraço a seus amigos e familiares.

“Tenho pra mim que Aldir Blanc morreu de Brasil. Ou seja, da tristeza sem fim que é ver nosso país amado e sonhado nas mãos da cretinice, do falso patriotismo, da milícia e do califado religioso. Enfim, o Brazil que está matando o Brasil”, escreveu em um de suas contas em redes sociais.

Alice Portugal (PCdoB-BA), também lamentou: “Aldir Blanc nos deixou. Mas deixou conosco sua poesia.”

E a deputada federal Professora Marcivânia destacou que “Aldir Blanc expressou de forma genial nossas lutas e nossos sonhos”. Para ela, “sua arte e a força que ela conseguiu impulsionar é uma clara demonstração do quão poderosos podem ser os artistas e explica, muito bem, porque os autoritários possuem tanto medo [deles] e a buscam anulá-los.”

Marcivânia registrou também uma mensagem ao compositor:

“Tenha certeza, Aldir Blanc, não conseguiram e não conseguirão [nos anular] e saiba ainda que estaremos firmes na luta, pois nosso “coração tropical partirá esse gelo e irá”, afinal, o “show de todo artista tem que continuar”.”