Justiça nega ação da GM que tenta impedir greve em São Caetano do Sul
A Justiça do Trabalho de São Paulo negou o pedido da General Motors (GM) para que a greve dos trabalhadores da unidade de São Caetano do Sul fosse considerada abusiva.
A greve dos metalúrgicos por reajuste salarial iniciou no último dia 1º e, para tentar suspender a paralisação, a multinacional entrou com dissídio coletivo na Justiça.
Segundo a juíza Raquel Gabbai de Oliveira, que negou o pedido, as alegações da empresa de que a greve causará danos iminentes à empresa e à coletividade, não se justificam. “Não se trata de greve em serviços ou atividades essenciais”, escreveu a juíza.
Raquel Gabbai também salientou que as negociações só começaram a evoluir após os trabalhadores iniciarem a paralisação, há sete dias.
Em duas assembleias no pátio da GM, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, informou aos trabalhadores o andamento das negociações. “Teríamos hoje (quarta-feira) uma nova rodada de negociação no TRT, mas foi cancelada porque a empresa instaurou dissídio da greve. A GM está apostando na nulidade da greve ou que, após o julgamento, a Justiça indique o retorno imediato ao trabalho”, afirmou.
Ao afirmar que “greve não é lazer nem férias”, Cidão explicou que durante a paralisação, todos os dias os funcionários vão até a empresa, batem o ponto, participam de assembleia e retornam para casa. “É um movimento que tem de ser encarado com seriedade e responsabilidade”, disse.
Os trabalhadores reivindicam reposição salarial com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado nos últimos 12 meses, aumento real de 5%, vale-alimentação de R$ 1.000 para os funcionários inseridos na grade nova e de R$ 500 para os demais. Entre as reivindicações consta, ainda, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 18 mil, com antecipação de R$ 10 mil; adiantamento da metade do 13º salário para fevereiro de 2022; inclusão de cláusula sobre home office; pagamento de quinquênio de 5%; retorno do reajuste da grade salarial a cada seis meses e cesta de Natal.
Até o momento, a proposta da GM é oferecer reajuste de apenas 10,42%, que corresponde ao INPC do período.