O varejo brasileiro deve apresentar uma queda de 2,22% no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, aponta um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Consumo (Ibevar), sobre as vendas no período.

“Os resultados corroboram para o cenário pouco promissor do varejo no primeiro trimestre de 2022, muito em função do mercado estar pressionado pela inflação, os juros altos e as incertezas políticas. Além desses fatores todos, a fragilidade do mercado de trabalho e a redução na renda também são pontos de atenção na análise para a queda na intenção de consumo”, destacou em nota a Ibevar.

De acordo com a pesquisa, a queda de 2,22% no desempenho do varejo nacional no primeiro trimestre deste ano deve ser sustentada pelas categorias de materiais de construção (-5,05%); móveis e eletrodomésticos (-3,73%); escritório, informática e comunicação (-3,61%); combustíveis e lubrificantes (-2,56%); livros, jornais, revistas e papelaria (-0,88%) e hipermercados e supermercados (-0,58%).

Na avaliação do presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo, “no ano passado, a inflação alcançou a casa dos dois dígitos, o que influenciou negativamente o crescimento sustentável do consumo. Além disso, com o movimento ascendente das taxas de juros do país, em conjunto com a recuperação limitada do emprego, o varejo brasileiro deve contrair. Ou seja, os resultados em 2022 apontam para uma redução das vendas, em comparação ao ano anterior”, analisou Felisoni.

Para Felisoni de Angelo, a previsão para 2022 não é boa.

“Estamos vivendo um período de incertezas. Com a inflação na casa dos dois dígitos, reajuste da taxa Selic, alta do IGP-M, crise hídrica e aumento do preço dos combustíveis, o mercado de bens e consumo tende a se retrair cada vez mais. E não podemos esquecer que esse ano de 2022 ainda teremos eleições presidenciais no Brasil”, lembrou o economista.