Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A adoção de novas formas de fumar, com a utilização dos cigarros eletrônicos e dos narguilés, principalmente entre os jovens, foi destacada como risco à saúde pública durante sessão solene nesta manhã em homenagem ao Dia Mundial sem Tabaco, celebrado dia 31 de maio.

Criada há 35 anos, a data marca um alerta sobre doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) aproveitou o evento para criticar o que classificou como “lobby intenso” da indústria do cigarro.

“Essa permanente ganância da indústria pelo lucro é algo que a gente tem que confrontar. É um lobby muito poderoso, muito duro, que precisa ser enfrentado”, disse a parlamentar, destacando que o foco dos fabricantes é a parcela mais jovem da população.

Para Jandira, é preciso reativar, no Parlamento, o debate sobre o consumo do cigarro e do álcool, que, na opinião dela, está “adormecido”.

A deputada espera que o assunto “faça parte da agenda das eleições, dos parlamentares que vão chegar; pra quem já está e pra quem vai chegar”. Ela defendeu que o tema faça parte também da agenda dos candidatos à presidência da República, “porque isso não é um tema apenas do Congresso, é um tema do país, é um tema do Estado brasileiro, porque isso envolve a defesa da vida”.

Meio ambiente

Os participantes da sessão, realizada por iniciativa do deputado Alexandre Padilha (PT-SP), também ressaltaram o impacto do fumo no meio ambiente, tema de campanha da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com milhares de substâncias químicas tóxicas, produtos do tabaco são altamente poluentes.

A representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Regina Cavini, salientou que para cada cigarro produzido, são gastos 3,7 litros de água. Ela também apontou o problema do descarte, sem cuidado, das chamadas “bitucas”, as pontas dos cigarros.

Cerca de 4,5 trilhões de filtros de cigarros, que contêm microplásticos, acabam a cada ano nos oceanos, rios e praias. A produção e o consumo de tabaco levam ainda à perda de cerca de 600 milhões de árvores e 200 mil hectares de terra em todo o mundo são destinados às plantações de fumo.

A representante da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) no Brasil, Socorro Gross, advertiu para os riscos das novas maneiras de fumar.

“Nossos jovens estão experimentando tabaco cada vez mais cedo. Apesar de proibidos, produtos novos, emergentes, viraram uma febre entre os adolescentes. Um em cada cinco jovens já fizeram uso e sabemos que quem utiliza tem uma chance maior de se tornar fumante na vida adulta e morrer por essa causa”, afirmou.

 

Por Walter Félix, com informações da Agência Câmara

 

(PL)