A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), vice-líder da Minoria na Câmara dos Deputados fez um discurso contundente na Tribuna da Casa nesta quarta-feira (2) sobre o 1º de Maio em defesa da liberdade de Lula e contra os retrocessos aos trabalhadores, evento que participou em Curitiba. Para ela, o ato representou a expressão do coletivo, uma mensagem de esperança, solidariedade e também de muita indignação.
“Eu sempre disse aqui que política precisa ter lado e o lado da coerência, da vida, da política, da luta de classes e a luta que a gente desenvolve é fundamental. Porque a coerência na política ela decide, faz vínculo, cria raízes, gera credibilidade, estabelece de fato a possibilidade da transformação. “A coerência gera algo fundamental, a luta coletiva, todos podemos ter méritos individuais, mas é o coletivo que nos faz grandes. E ontem eu vi a expressão do coletivo, a mensagem da esperança, solidariedade e muita indignação”, comentou Jandira.

A deputada falou do orgulho dos artistas que participaram do ato voluntariamente, dando exemplo da sambista Beth Carvalho, de  71 anos que recordou sua participação no ato de apoio ao Lula em 1979, na ocasião de sua prisão também. Jandira comentou que foi o primeiro de maio da cantora foi na Vila Euclides, quando Lula dirigia a greve do ABC, data da intervenção no Sindicato dos Metalúrgico. São 40 anos participando dos atos de 1º de maio, ao lado dos trabalhadores, frisou Jandira.

Liberdades

“O mais bonito de tudo foi ver toda essa luta política sobre o guarda-chuva de uma palavra linda que se chama liberdade. Hoje a luta democrática desse país ganha novos vultos e nova dimensão. Ontem [1º/5] pela primeira vez eram 7 centrais fazendo um ato unitário (…) estavam lá unificadas, fazendo um primeiro de maio, denunciando os retrocessos, colocando suas pautas de reivindicação e lutando pela liberdade de Lula por compreender que a restrição democrática é ruim para todo mundo”.

“A democracia, a liberdade, a luta contra o fascismo é fundamental para todas as mulheres e homens desse país. A liberdade de ir e vir, a liberdade para ter soberania, a liberdade para ter direitos, a liberdade para não ter preconceito, a liberdade contra a discriminação”, disse Jandira.

Pautas dos trabalhadores

 A deputada federal lembrou da agenda neoliberal apresentado no país que levou retrocessos para a classe trabalhadora nos últimos dois anos. “O Brasil tem mais de 14 milhões de desempregados”. Comentou que a própria mídia aberta que apoiou o golpe e foi obrigada a dizer não consegue mais esconder os péssimos dados econômicos e citou ainda “o mais baixo nível de carteira assinada na história”. Jandira ressaltou que com a recessão, empresas devem demitir em massa e gerar a ‘neocolonia’ brasileira de grandes potências. “Quem vai pagar é o povo!”

Ataques

A deputada cobrou ainda investigação de atos de ódio, como o ocorrido no acampamento Marisa Letícia na noite de domingo para segunda-feira (30/4), em Curitiba-PR, em que um grupo atirou contra pessoas desarmadas que estavam acampadas em apoio ao ex-presidente Lula. “Isso foi um ato terrorista. Precisa ser investigado”, cobrou Jandira.

“Matar lideranças camponesas, quilombolas, indígenas, execuções de lideranças urbanas, lideranças com mandatos, a prisão de Lula, isso é Estado de exceção. Queremos a justiça de volta. Sem isso não avançaremos”.

A deputada comunista fechou seu discurso com uma mensagem positiva sobre as eleições deste ano: “Não se enganem, em 2018 daremos à virada”.