Jair Bolsonaro e Allan dos Santos

Jair Bolsonaro disse que não encontrou o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça, durante a motociata ou o culto evangélico que organizou nos Estados Unidos, mas teria apertado sua mão “sem problema nenhum”.

O criminoso esteve presente e fez registros da motociata de Bolsonaro em Orlando.

Allan dos Santos está escondido nos Estados Unidos por que tem nas costas um mandado de prisão por participar da organização criminosa que ataca a democracia e as instituições constitucionais, como o STF, pela internet.

“Eu não vi o Allan dos Santos nos Estados Unidos. Se tivesse visto, teria apertado a mão dele. Sem problema nenhum. Ele não está na lista vermelha da Interpol”, disse Jair Bolsonaro.

O nome de Allan dos Santos não foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol porque o governo de Jair Bolsonaro atuou diretamente para isso. Delegados da PF e servidores do Ministério da Justiça envolvidos no pedido de extradição foram trocados de cargo com justificativas estapafúrdias.

Bolsonaro falou que, para ele, “não é crime o que ele [Allan dos Santos] cometeu”, mas disse que “se for alguma coisa passível de qualquer ação, é injúria, difamação, e a pena não é prisão”.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos dos atos antidemocráticos e das fake news, registrou que “a Polícia Federal apresentou indícios fortes, plausíveis e razoáveis da vinculação do representado Allan Lopes dos Santos à prática de diversos crimes”.

O blogueiro bolsonarista montou uma “verdadeira estrutura destinada à propagação de ataques” ao STF, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à CPI da Pandemia, que investigou os crimes do governo Bolsonaro.

A ministra Cármen Lúcia pediu para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionar sobre a participação de Allan dos Santos no evento bolsonarista em Orlando.

No pedido de investigação apresentado, o deputado Alencar Santana (PT-SP) que “os agentes políticos não podem ser omissos com foragidos da Justiça brasileira em defesa da propaganda ideológica do Governo Federal e muito menos como um local para troca de favores e agrados a aliados do Presidente da República”.

“A inércia dessas autoridades contraria a Constituição Federal e o ordenamento jurídico brasileiro, mostrando o descaso com a lei e com as instituições do país”, afirmou.