A Receita Federal divulgou, na última quinta-feira (24), as novas regras para a declaração do Imposto de Renda 2022. O início da declaração começa no dia 7 de março e termina no dia 29 de abril.

De acordo com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Nacional), 15 milhões de pessoas que deveriam estar isentas serão tributadas devido a não correção da tabela do Imposto de Renda, que não teve nenhum reajuste desde o início do governo Bolsonaro, chegando a 134,53% de defasagem.

Sem a correção, estão isentos do imposto aqueles que receberam até R$1.903,98 por mês, o mesmo do ano passado. Assim, até mesmo qualquer reajustezinho conquistado pelo trabalhador no último ano pode acabar sendo engolido pelo imposto, caso saia da faixa se isenção.

Para o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio (CRCRJ), Samir Nehme, a ausência de reajuste na tabela penaliza os mais pobres, uma vez que a faixa de isentos diminui cada vez mais, “e esse contexto é mais uma causa de aumento da desigualdade. “As pessoas que ganham salários próximos do mínimo da faixa isenta são as mais prejudicadas com a falta de correção, pois tão logo venham a ter um aumento que supere a referida faixa passam a contribuir com 7,5% do seu salário, um percentual representativo”, complementou o vice-presidente de Operações da Contabilizei.

De acordo com a Unafisco Nacional, se a correção da tabela fosse aplicada, a faixa de isenção atingiria todos os que ganhassem até R$ R$ 4.465,35 por mês.

Pelas estimativas da Unafisco Nacional, cerca de 5 milhões de pessoas foram prejudicadas durante o governo Bolsonaro por conta da falta de correção, levando ao confisco de R$ 48 bilhões de trabalhadores e aposentados por meio da tributação de seus rendimentos.