Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

Em um ano, a alimentação no domicílio acumula alta de 17,43%, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) do IBGE, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, divulgados nesta terça-feira (26). Em julho, o IPCA-15 fechou em 0,13%, sendo que no ano, o índice acumula alta de 5,79% e, em 12 meses, de 11,39%.

No mês, Alimentos e bebidas avançaram de 0,25% para 1,16%, tendo o maior impacto sobre o indicador geral (0,25 p.p.). De acordo com o IBGE, o resultado do grupo foi puxado, principalmente, pelo aumento nos preços do leite longa vida (22,27%). No ano, a variação acumulada do produto chega a 57,42%. Além disso, alguns derivados do leite também registraram alta no IPCA-15 de julho, a exemplo do requeijão (4,74%), da manteiga (4,25%) e do queijo (3,22%).

Além do leite e seus derivados (11,43%) , pesou forte no bolso dos consumidores os preços das frutas (4,03%), do feijão-carioca (4,25%), do pão francês (1,47%), das aves e ovos (1,02%). Com isto, a alimentação no domicílio variou em alta de 1,12% em julho. No acumulado do ano, a refeição em casa acumula alta de 11,42%, em 12 meses, de 17,43%.

Já alimentação fora do domicílio registrou alta em julho de 1,27%. Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às do mês anterior (1,10% e 0,70%, respectivamente). No ano, a alta nos preços para a refeição fora de casa chegou a 5,20%, e em 12 meses, 7,58%.

Em 12 meses, produtos como leite e derivados (33,52%), hortaliças, verduras e e frutas (32%), aves e ovos (18,64%) tubérculos, raízes e legumes (50,58%), tiveram aumentos muito acima da inflação. Entre os alimentos e bebidas que mais encareceram no acumulado dos últimos 12 meses até julho estão: Pepino (92,55%), Mamão (85,37%), Batata-inglesa (70,92%), Cenoura (68,85%), Morango (65,56%), Melão (65,14%), Cebola (62,93%), Café moído (60,29%), Leite longa vida (51,69%), e Abobrinha (49,66%).

Óleo Diesel sobe 7,32%

Com a leve redução em relação ao IPCA-15 de junho (12,04%), as medidas demagógicas de Bolsonaro com os preços dos combustíveis, às vésperas das eleições, depois de fazer a inflação explodir em junho ao maior patamar dos últimos 19 anos, não foram suficientes para impedir a elevação dos preços dos alimentos -, que oneram o orçamento das famílias, particularmente as de menor renda. Com os preços dolarizados e sem estoques reguladores, mais de 100 milhões de brasileiros vivem a insegurança alimentar e outros 33 milhões passam fome.

Os preços da gasolina (-5,01%) e o do etanol (-8,16%) apresentaram deflação na amostragem de junho – por efeito das reduções das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos estados sobre combustíveis, mas longe de superar os sucessivos aumentos que o Planalto permitiu nos preços atrelados ao dólar e ao mercado internacional.

O óleo diesel, que tem um peso significativo para a disparada dos preços dos alimentos, onerando os custos de produção e de transporte, subiu 7,32% na prévia do IPCA, refletindo o último aumento de 14,26% nas refinarias da Petrobrás, com o aval de Bolsonaro. As passagens aéreas também subiram: 8,13%, alavancadas pela alta no preço do querosene de aviação.

Em 12 meses, o óleo diesel acumula alta de 61,89%, a gasolina de 20,38% e o etanol, 11,78%. O botijão de gás de cozinha no mesmo intervalo de tempo subiu 23,79%.

De acordo o com o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados para o cálculo da prévia da inflação, seis apresentaram altas, e três desaceleraram na passagem de junho para julho. Veja abaixo:

Alimentação e bebidas: 1,16%

Vestuário: 1,39%

Despesas pessoais: 0,79%

Saúde e cuidados pessoais: 0,71%

Artigos de residência: 0,39%

Educação: 0,07%

Comunicação: -0,05%

Habitação: -0,78%

Transportes: -1,08%