Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, informou que os investimentos públicos devem cair para a faixa entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões em 2020, o menor patamar desde o início da série do órgão em 2007.
Em relação a 2019, a queda pode ser de até 40% ante os R$ 35 bilhões a R$ 40 bilhões projetados.
A proposta de Orçamento para o próximo ano deve ser encaminhada ao Congresso até sexta-feira (30).
Este ano, a previsão inicial era de que seriam liberados cerca de R$ 100 bilhões para investimentos. No primeiro semestre, foram liberados apenas R$ 18,4 bilhões.
Somados, cortes nos investimentos e restrição nos créditos públicos, não poderia dar em outra coisa que não manter a economia no fundo do poço, com mais de 12 milhões de brasileiros sem emprego e sem ter como colocar um prato de comida na mesa para suas famílias.
A política econômica de Guedes/Bolsonaro é um verdadeiro desastre. o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu -0,2% no 1º trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e -0,13% no 2º trimestre, conforme o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, uma prévia do PIB, ambos na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Guedes está em busca da miragem do aumento do investimento privado. Só que quem puxa os investimentos, inclusive privado, são os investimentos públicos. Portanto, cortar 40% dos investimentos públicos só vai piorar a situação. E, sem mercado interno, por conta do desemprego e do achatamento salarial, e com os juros nas alturas, não há investimento privado.
Tanto assim que a estimativa mais otimista de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano é de 0,80% – o que para um país com alto índice de desemprego e subemprego não significa absolutamente nada.
Em junho, Mansueto Almeida declarou que, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, o governo não irá recuperar sua capacidade de investimento nos próximos três ou quatro anos. Ou seja, a “reforma” só visa tirar mais recursos da economia esterilizando-os na especulação financeira.
“Mesmo com a economia da reforma, este governo não conseguirá aumentar os investimentos e continuará com uma taxa de investimentos de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa é a nossa realidade hoje”, confessou Mansueto, em audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a situação fiscal dos Estados. Além do corte nos investimentos, ele defendeu mais arrocho, como a venda das estatais, corte nas despesas e nos benefícios à população pelos governo estaduais.