Na próxima quinta-feira (2), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) vai divulgar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre (julho, agosto e setembro). Há grande expectativa pelo índice apurado, caso o resultado seja negativo, serão dois trimestres seguidos de queda na atividade econômica, em meio à inflação em disparada, desemprego elevado e juros altos. No segundo trimestre o resultado do PIB foi negativo em 0,1% em relação ao trimestre anterior.

Consulta realizada pelo Valor dá um panorama das expectativas: Segundo a pesquisa, a mediana das estimativas de 46 consultorias e instituições financeiras levantadas pelo Valor Data confirma o negativo ou ínfimo crescimento no período, contra o segundo trimestre, feito o ajuste sazonal.

As projeções variam de 0,3% positivo a queda de 0,6%. A maioria dos analistas das instituições financeiras consultadas espera algum recuo no terceiro trimestre, sendo que 17 deles esperam um resultado negativo, outros 16 veem “estabilidade” de 0,0% e outros 13 leve crescimento que não chega a 1%.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, considerado como uma prévia do PIB oficial, divulgado na terça-feira (16), indicou um recuo de 0,14% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre (abril, maio e junho), sinalizando o cenário sinistro que vai se estabelecer.

A inflação descontrolada batendo 10,67% na prévia de novembro, o desemprego persistindo na casa dos 14 milhões, 19 milhões de miseráveis passando fome, o óleo diesel a mais de R$ 5,30 o litro e a gasolina a mais de R$ 7,00 o litro, confirmam o projeto econômico trágico para o país.

Há uma evidente necessidade de resposta à situação econômica que caminha para o abismo, cuja salvação parece, inclusive, não poder esperar pelo calendário eleitoral.

“De uma forma geral, há uma diminuição no consumo de bens de capital, também por causa do aumento dos juros. A demanda está mais fraca de uma forma geral”, disse Maurício Une, economista-chefe do Rabobank.

A crise atinge todos os setores, a mediana das estimativas é de queda de -2,5% nos investimentos, de -10,5% nas exportações, de -4,2% nas importações e de -0,6 na indústria.

Para Flávio Serrano, chefe de análise econômica da Greenbay Investimentos que projeta queda de 0,2% do PIB ante o segundo trimestre, nem mesmo a reabertura mais forte da economia, passado o pior momento da pandemia da Covid-19, garantiu crescimento de julho a setembro. “As perspectivas para o futuro não são das melhores. Não há expectativa de intensificação do processo de reabertura e estamos no meio de um aperto monetário”.

Em setembro o setor de serviços fechou no vermelho, assim como a produção industrial e as vendas do comércio varejista.