O primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, que estava internado acometido da Covid-19, deixou o hospital neste domingo, dia 12, ao receber alta.
Já na residência oficial na Downing Street, o premiê agradeceu a equipe que cuidou dele por ter salvo sua vida.
“Eu deixei o hospital depois de uma semana na qual salvou minha vida o NHS”, declarou referindo-se ao National Health Service, como é denominado o serviço inglês de Saúde Pública.
Dois dias antes de sua alta, na sexta-feira, a pandemia já ceifara mais de 10 mil vidas dos ingleses e, naquela sexta-feira, o número de mortos em um dia chegou a 980, ultrapassando até mesmo o pior dia, em termos de falecimentos, vivido pelo povo italiano, que até agora soma o maior número de perdas em toda a Europa.
Johnson, que de início subestimou a gravidade da pandemia, está com 55 anos e foi levado ao hospital Saint Thomas, em Londres, no dia 5 de abril e, no dia seguinte, foi conduzido ao centro de tratamento intensivo, onde permaneceu até o dia 9.
Ele fez menção especial a dois enfermeiros que se revezaram nos cuidados com ele. Jenny, da Nova Zelândia e Luis, de Portugal, que, de acordo com ele ficaram ao lado de sua cama durante 48 horas, “quando as coisas poderiam ter tomado outro rumo”.
“A razão, ao final, quando meu corpo começou a receber bastante oxigênio foi porque para cada segundo daquela noite eles ficaram atentos, refletindo, cuidando e fazendo as intervenções que eu necessitava”, declarou o premiê.
“Houve momentos muito duros, de fato, na semana passada. Hoje me sinto com incrível sorte”, declarou sua noiva, Carrie Symonds que acrescentou: “Meu coração vai para todos aqueles em situações similares e se sentem preocupados com seus entes queridos”.
Em sua mensagem aos ingleses, o primeiro-ministro declarou: “Quero que vocês saibam que neste domingo de Páscoa acredito que seus esforços, em manter a quarentena, vão valer a pena”.
As declarações de Boris Johnson têm particular significado diante do fato de que representantes da corrente neoliberal a qual ele também se filia, têm reduzido as verbas e congelado os salários dos profissionais de um serviço público reconhecido, até antes destes cortes, como um dos mais organizados e mais eficazes em todo o mundo. Para sorte dos ingleses, estes governos não conseguiram destruir o NHS. As autoridades informaram que o sistema hospitalar não está sobrecarregado e que há 3.000 leitos disponíveis para tratamento de pacientes em situação crítica.