Com Bolsonaro, o poder de compra dos assalariados continua a se deteriorar no país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conhecido como inflação dos mais pobres, divulgado na quarta-feira (11), marcou alta de 11,08%, no acumulado de 12 meses encerrados em outubro. No ano, a alta é de 8,45%.

Os alimentos continuam pesando mais no bolso das famílias com renda menor. Segundo o IBGE, a alta no período decorre da aceleração nos preços dos produtos alimentícios, de 0,94%, em setembro para 1,10%, em outubro. Por outro lado, os itens não alimentícios tiveram desaceleração nos custos na mesma base de comparação, passando de 1,28%, para 1,18%. Isto se dá, porque o item transportes pesa menos para as famílias mais pobres.

Segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), realizada em 17 capitais, o preço da cesta básica de alimentos em outubro já ultrapassou R$ 700 em Florianópolis (SC). Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 58,35% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em setembro, o percentual foi de 56,53%.

Com alimentos consumindo mais da metade do salário mínimo, sobra pouco para pagar o gás de cozinha que também em alguns locais chega a R$ 140, a conta de luz que está cada vez mais cara, entre outros produtos de primeira necessidade. E é cada vez maior o número de famílias que se endividam para comprar os produtos básicos, situação que é agravada com o desemprego e a queda na renda.

O INPC mede o custo de vida das famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos. Ele também é usado para a correção do salário-mínimo e aposentadorias.

A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, subiu 10,67%, no acumulado em 12 meses até outubro, puxada principalmente – como já era esperado – pelos preços dos combustíveis e da energia elétrica – produtos cujos preços são administrados pelo governo federal.