A inflação para os mais pobres avançou 0,40% em fevereiro, apontou o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 da Fundação Getúlio Vargas. O IPC-C1 mede o impacto da variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda mensal de um a 2,5 salários mínimos. O índice da FGV já havia registrado aumento de 0,15% nos preços em janeiro.

Em 12 meses, a inflação para os mais pobres está em 6,27% – enquanto o índice geral é de 5,42% acumulados no período.

Essa parcela da população computa parte dos que ficaram sem qualquer renda durante a pandemia – desempregados e trabalhadores informais que foram socorridos pelo auxílio emergencial de R$ 600 e depois cortada pela metade. A renda de emergência, contudo, foi suspensa em 2021, a despeito do recrudescimento do contágio, o alto nível de desemprego e a carestia.

As despesas que mais pesaram em fevereiro foram com habitação (0,17%) devido ao aumento da conta de luz e transportes (2,18%), pressionada pela gasolina (6,98%).

A principal diferença entre o índice geral e o índice para os mais pobres está na ponderação da cesta de produtos e serviços. Para famílias mais pobres, por exemplo, alimentação costuma ter maior relevância e educação particular, menor, dentro do total de despesas.

A cesta básica pesquisada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) chegou a custar, em fevereiro, mais de R$ 630,00 em algumas capitais do país – comprometendo 54,23%, em média, o salário mínimo.