Em junho, o volume de vendas do comércio varejista variou 0,1%, o que representa praticamente ZERO de crescimento, em comparação com maio deste ano, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (7).
O IBGE também aponta ainda que as vendas do comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, ficaram também em ZERO (0,0%), em relação ao mesmo período analisado. O volume das vendas para Material de construção apresentou queda -1,2%.
Para o Instituto, o resultado do varejo reflete o estado decadente em que a economia brasileira se encontra: “o grande nível de pessoas desempregadas, e o elevado endividamento das famílias – o maior desde abril de 2016, segundo dados do Banco Central”.
“Ainda que o mercado de trabalho tenha mostrado aumento de população ocupada, esse aumento se deu no emprego informal, que tem um rendimento mais baixo, além de não ter benefícios e nem acesso a crédito, por isso não se refletiu no setor do comércio”, diz a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
As vendas do varejo permaneceram paradas no mês de junho por influência da queda nas vendas dos itens: Combustíveis e lubrificantes (-1,4%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,4%), e Livros, jornais, revistas e papelaria (-0,8%), móveis e eletrodomésticos (-1,0) e crescimento ZERO nas vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,0%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,1%) – atividade que têm grande peso para o setor.
Ainda em junho, as vendas do comércio varejista caíram em 15 das 27 unidades federativas, sendo o maior tombo no Piauí (-10%). Já as maiores altas foram registradas em Roraima (3,4%), Minas Gerais (1,7%) e Goiás (1,6%).
“O resultado semestral sinaliza desaceleração no volume de vendas. Mesmo com a quarta comparação semestral positiva consecutiva, de 0,6% no primeiro semestre, o setor mostra queda no ritmo na comparação a semestres anteriores, quando cresceu 4,2% no segundo semestre de 2017, 2,9% no primeiro semestre de 2018 e 1,7% no segundo semestre de 2018”, diz a nota do IBGE.