O volume do setor de serviços recuou 0,2% em agosto em relação a julho. É o quinto resultado negativo este ano, fazendo o setor ficar 1,5% abaixo do nível de dezembro de 2018.
Em relação a agosto de 2018 a queda foi de -1,4%. No acumulado nos oito meses do ano o setor registrou apenas 0,5%, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira (11/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De julho para agosto, houve quedas em três das cinco atividades: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,9%), outros serviços (-2,7%) e serviços prestados às famílias (-1,7%).
As taxas foram positivas nos serviços de informação e comunicação (0,4%) e nos serviços profissionais, administrativos e complementares (0,5%).
Regionalmente, em relação a julho, os serviços recuaram em 19 das 27 unidades da federação.
Na comparação com agosto de 2018, o recuo do setor de serviços ficou concentrado em duas das suas cinco atividades: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-7,9%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,6%). O setor recuou em 20 das 27 unidades da federação na mesma comparação.
“Transportes estão em queda em todas as comparações, incluindo os índices acumulados no ano e em 12 meses. Sua grande aderência com a atividade industrial explica esse comportamento”, avalia Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. Essa atividade participa com cerca de 30% no setor de serviços.
Com uma política econômica liquidacionista que está levando o país rumo à recessão, o resultado do setor de serviços reflete a estagnação no comércio e o recuo na produção industrial nos oito primeiros meses do governo Bolsonaro, em relação ao mesmo período do ano passado.
O comércio varejista ampliado ficou estagnado em agosto: (0,0%). A produção industrial geral nacional cresceu apenas 0,8% frente a julho, depois de três meses em queda. A recuperação de quase toda a perda acumulada desde maio foi puxada pela indústria extrativa, que cresceu 6,6% no mês, com o aumento na extração de minério de ferro, petróleo e gás, segundo o IBGE.
O trabalho precário atinge 41,3% da população ocupada. São 38,683 milhões de brasileiros sem carteira de trabalho ou fazendo “bico”, segundo o IBGE.
Estimativas do governo Bolsonaro/Guedes para o Produto Interno Bruto (PIB) desabaram de 2,4% no início do ano para menos de 1,0% este ano.
Considerando toda a série histórica do setor de serviços, iniciada em 2011, o volume de serviços do país se encontra 12,1% abaixo do recorde, alcançado em novembro de 2014.