O ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, debate a reforma da Previdência (PEC 6/19).

Após encolher -0,2% no 1º trimestre, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou retração de -0,13% no 2º trimestre, ambos na comparação com o trimestre imediatamente anterior, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central na segunda-feira (12).
O IBC-Br é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), cujo resultado oficial será divulgado no próximo dia 29 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, no 1º trimestre o PIB teve um recuo de -0,2%.
Dois trimestres seguidos de queda do PIB é considerado como “recessão técnica”.
Todos os indicadores econômicos oficiais recém divulgados apontam que o país vive uma profunda estagnação.
Senão vejamos: o desemprego continua alto (12,8 milhões de desempregados), a produção industrial está em queda, assim como o do consumo, além do aumento das famílias endividadas.
No 2º semestre, a produção industrial teve queda de -0,7%, as vendas do comércio recuaram -0,3% e o setor de serviços caiu -0,6%.
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o número de famílias endividadas alcançou 64,1%, resultante do desemprego, do subemprego e do arrocho salarial.
E tudo indica que a economia vai continuar estagnada. Além de manter os juros altos, o governo Bolsonaro vem cortando os investimentos e os créditos públicos. Assim, por exemplo, os créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social (BNDES) caíram 39% no 1º semestre.
Some-se a isso a queda nos investimentos. Conforme o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo recuou -1,7% no 1º trimestre.
Supostamente para estimular a economia, Guedes anunciou a liberação de R$ 42 bilhões das contas do PIS e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) – R$ 500 por cada conta.
Mas não vai dar em nada. Recente pesquisa registrou que metade dos que têm direito a receber os recursos do FGTS pretende quitar dívidas, ou seja, não vai para o consumo. Assim como aconteceu no governo Temer, que também liberou o FGTS e a economia continuou no fundo do poço.
Enquanto a maioria dos setores amarga o pior dos mundos com a política econômica de Guedes/Bolsonaro, apenas um com os cofres cheios: o sistema financeiro.
Por exemplo, Itaú, Bradesco e Santander alcançaram juntos um lucro líquido de R$ 17,131 bilhões no segundo trimestre do ano. Um aumento de 17,6% em frente ao mesmo período do ano passado, quando atingiu R$ 14,568 bilhões.
Ante a queda generalizada em todos os setores produtivos, economistas do sistema financeiro, o Banco Central e até o Ministério da Economia estimam alta do PIB de apenas 0,8% neste ano.
O que, em português claro, não é nada