Guedes diz que não há previsão de reajuste para servidores em 2022
O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou, na quarta-feira (15), após participar de um evento com empresários organizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que não há previsão de reajuste salarial para o conjunto dos servidores no próximo ano.
De acordo com Guedes, um reajuste linear ao funcionalismo “não é oportuno”. A declaração foi feita num momento em que o governo promete reajuste salarial apenas para a segurança pública, diante de intensa insatisfação da categoria com o governo.
“Se aproveita e generaliza aumento de salário para o Brasil inteiro, para o funcionalismo em geral, estadual, municipal e federal, você vai fragilizar as finanças de todo mundo de novo”, disse o ministro.
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, diz que é muito natural que os policiais corram atrás de reajuste salarial a fim de recompor as perdas diante da inflação, mas, segundo ele, as outras categorias também têm que ser contempladas.
“E isso tem que acontecer agora. Com a janela orçamentária que se abriu, até por conta da inflação, o governo tem um espaço fiscal para conceder um reajuste linear geral de 5% a 10%”, disse.
Para o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, o governo querer dar aumento apenas para os policiais é exercer “uma seletividade” nos reajustes salariais. “Na reforma da Previdência de 2019 beneficiou somente os militares, que foram retirados da reforma e blindados com uma reestruturação de suas carreiras, onde tiveram 75% de reajuste, que se estende até 2023”, afirmou.
Segundo o especialista em contas públicas, Murilo Viana, a sinalização de Bolsonaro para dar reajuste aos policiais é uma “decisão política”. “A pressão dos servidores aumenta em meio à escalada inflacionária. Com a proximidade do pleito eleitoral e o derretimento das intenções de voto, o presidente tem feito uma série de insinuações no sentido de atender especialmente às demandas dos grupos historicamente mais próximos a ele, como militares e policiais em geral”, afirmou.