Reale Jr. e os senadores da CPI

Um grupo de juristas, encabeçado por Miguel Reale Jr., apresentou novo pedido de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), na quarta-feira (8), na Câmara dos Deputados.

O documento usa como subsídio as investigações da CPI da Covid-19 no Senado, encerrada no final outubro.

Participaram da entrega do pedido os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foram presidente e vice-presidente da CPI, respectivamente, e senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi o relator do inquérito parlamentar.

Randolfe disse que a CPI apurou, em seis meses de funcionamento, “um conjunto de crimes que foram cometidos na condução da pandemia em nosso País, cometidos sobretudo por parte do governo federal, autoridades do governo federal, destacando em primeiro lugar a responsabilidade do senhor presidente da República”.

Reale Jr. criticou diversas atitudes de Bolsonaro durante a pandemia, como o descaso com a população indígena, a divulgação de remédios ineficazes, a defesa da chamada “imunização de rebanho” (sem vacinação) e o boicote a máscaras, vacinas e isolamento social, além do incentivo a aglomerações.

“Era um caso pensado: não seguir a ciência”, afirmou o jurista.

Ele disse que os resultados da CPI contêm provas concretas de que Bolsonaro colocou em risco a saúde e a vida de número indeterminado de pessoas, o que é considerado crime de responsabilidade pelos autores do pedido.

“A apresentação deste pedido de impeachment é uma consequência obrigatória do exame que realizamos sobre todas as provas coligidas pela CPI, que realizou um trabalho extraordinário de investigação”, acrescentou Reale Jr.