A greve dos servidores do Banco Central por reestruturação de carreira e recomposição salarial de 26,3% continua nesta segunda-feira. De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a adesão já chega a 60% dos servidores.

A mobilização da categoria começou no final de dezembro, logo após Bolsonaro ter sinalizado que só as carreiras policiais teriam reajuste salarial.

A partir daí, ao lado de diversas categorias do serviço público federal, os servidores do BC iniciaram uma intensa mobilização com paralisações e o movimento inédito de entrega de cargos comissionados no órgão. Até o momento, segundo o Sinal, 725 servidores comissionados entregaram seus cargos de chefia.

A greve por tempo indeterminado foi aprovada em assembleia no dia 28 e deflagrada na sexta-feira (1º), e já afeta alguns serviços, como o site do banco que ficou instável e temporariamente fora do ar.

O banco também informou o adiamento de publicações como o Boletim Focus, e que os indicadores selecionados (Indeco), que incluem o movimento de câmbio no Brasil, as operações cambiais do BC e o índice de commodities (IC-Br) não serão divulgados nas datas previstas nesta semana, assim como o Relatório de Poupança, por conta da greve.

Para o presidente do sindicato, Fábio Faiad, a mobilização, a paralisação e a entrega de cargos já “trouxe o primeiro resultado” positivo, já que a primeira reunião oficial com representantes do governo foi marcada para amanhã (5), quando a direção do sindicato será recebida pelo titular da Secretaria de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia, Leonardo Sultani.

“Queremos a apresentação de uma proposta oficial por parte do Governo. Se não houver proposta oficial, a nossa resposta deve ser a manutenção e a intensificação da greve”, afirmou Faiad.

A assembleia virtual que aprovou a greve teve a participação de 1300 servidores da ativa (de um total de 3.400), dos quais 90% votaram a favor da greve. Todos os trâmites legais (publicação prévia de Edital da assembleia, quórum, aviso prévio ao BC etc.) foram cumpridos pelo sindicato.

Segundo Fábio Faiad, a greve está sendo feita “de forma responsável, respeitando a lei dos serviços essenciais”. Contudo, ele diz que o Pix e outras atividades do BC “que não se encontram dentro do escopo da lei dos serviços essenciais poderá ser interrompido parcialmente, assim como a distribuição de moedas e cédulas”.