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Dando prosseguimento ao processo de entrega das refinarias da Petrobrás, na sexta-feira (13), o governo Bolsonaro anunciou a segunda fase do desmonte que inclui as refinarias Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, e Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará, e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná.
A primeira fase de entrega das refinarias foi anunciada em junho: refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Landulpho Alves (Rlam), na Bahia; Presidente Getúlio Vargas (Repar) no Paraná; e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.
É a chamada política de “desinvestimento”, que não passa de privatização das subsidiárias da Petrobrás, que inclui além da venda de refinarias, a entrega de gasodutos, distribuição, gás de cozinha e demais setores de atividade da Petrobrás.
Segundo nota da Petrobrás, o Brasil vai perder:
Regap: Betim (MG), capacidade de processamento de 166 mil barris/dia (7% da capacidade total de refino de petróleo do Brasil) e seus ativos incluem um conjunto de dutos com mais de 720 Km;
Reman: Manaus (AM), capacidade de processamento de 46 mil barris/dia e seus ativos incluem um terminal de armazenamento;
Lubnor: Fortaleza (CE), capacidade de processamento de 8 mil barris/dia, é uma das líderes nacionais em produção de asfalto e a única no país a produzir lubrificantes naftênicos;
SIX: São Mateus do Sul (PR), capacidade instalada de 6 mil barris/dia e seus ativos incluem uma mina em uma das maiores reservas de xisto betuminoso do mundo e uma planta de processamento de xisto.
Para a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), “obrigar a Petrobrás a se desfazer de seus ativos em favor de empresas privadas representa uma ação contra a natureza de uma companhia de petróleo, cujo valor da integração é um dos principais pilares de sucesso, em uma indústria que precisa superar muitos desafios para se manter forte e resiliente, com capacidade de investir para encontrar, produzir e agregar valor ao petróleo cru”.
“Entregar refinarias ao setor privado irá enfraquecer a Petrobrás, em um movimento na contramão da indústria, em um contexto onde as empresas internacionais de petróleo (IOC) retomaram os investimentos no parque de refino mundial e, notadamente, as empresas nacionais de petróleo (NOC), que estão se fortalecendo em todo o mundo, inclusive através da expansão e integração da capacidade de refino com a petroquímica, a exemplo dos países da Ásia (China, Índia, Indonésia, Malásia), da Rússia (Rosneft e Gazprom) e do Oriente Médio (SaudiAramco)”, diz a Aepet.