O acordo de compra da vacina russa cria condições para imunizar um terço dos peruanos (

O governo peruano informou nesta terça-feira (20) ter assinado um acordo com a Human Vaccine LLC, uma subsidiária do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RDIF), para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina Sputnik V contra o coronavírus.

Conforme o Ministério da Saúde, “o convênio permitirá o envio de dez milhões de tratamentos nos próximos meses (cada tratamento inclui as doses 1 e 2), o que beneficiará diretamente a nossa população no contexto da atual emergência sanitária”. Desta forma, acrescenta o comunicado, “esta administração reitera seu compromisso de garantir a saúde pública de todos os peruanos e continuar a luta contra a pandemia de Covid-19”.

O atual presidente peruano, Francisco Sagasti, que comanda o governo de transição que será repassado na próxima quarta-feira (28) a Pedro Castillo, enfatizou que trabalhará “até o último minuto para garantir o maior número de vacinas possíveis”. “Estamos avançando na definição do calendário da entrega destas vacinas de tal forma que o novo governo possa concretizar os detalhes que deixaremos adiantados”, disse.

Apesar das declarações de Sagasti e do anúncio do próprio ministro de Saúde, Óscar Ugarte, de que chegariam ao país andino, de forma progressiva, ao redor de 50 milhões de vacinas, o Peru deu um terrível salto no número de vítimas da pandemia. De acordo com estudos de especialistas do próprio governo, que incluiu novos critérios, como sintomas e diagnóstico de imagem, a quantidade de mortos que era de 68.054 até o final de maio ultrapassou os 180 mil.

Desde o começo da pandemia, em março de 2020, o Ministério da Saúde só contabilizava parcela dos falecidos, conforme indica o informe do grupo de trabalho temporário, e por esse motivo não correspondia à realidade. Uma vez estampados, os dados colocaram o Peru entre os países com mais mortes por 100.000 habitantes, uma das muitas tragédias sociais deixadas de herança para a administração de Pedro Castillo.