O governo de Minas Gerais convocou uma reunião de negociação com representantes dos servidores estaduais da segurança pública para a próxima quinta-feira (3). A reunião foi anunciada, no sábado (26), pela secretaria de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto (PSDB), numa tentativa de abrir diálogo e encerrar o movimento de greve.

As forças policiais estão em greve desde o último dia 21 e reivindicam o cumprimento do acordo feito pelo governador, Romeu Zema (Novo), de recompor as perdas salariais das tropas em três parcelas: 13% em julho de 2020, 12% em setembro do ano passado e 12% em setembro deste ano. A primeira parcela foi paga, mas a segunda ainda está pendente e os servidores temem que a deste ano também deixe de ser paga. As forças de segurança do Estado não tinham reajustes (baseados na inflação) desde 2015, durante a gestão de Fernando Pimentel (PT).

Zema deve receber, no Palácio Tiradentes, sede do governo do estado, representantes de dez categorias profissionais de segurança de Minas Gerais, entre policiais militares e civis, bombeiros, agentes penais, prisionais, socioeducativos e da Defesa Civil, escrivães, peritos criminais e analistas de segurança.

Não foram convidados para a negociação os deputados Subtenente Gonzaga (PDT), Cabo Junio do Amaral (PL) e Léo Motta (PSL) e os deputados estaduais Sargento Rodrigues (PTB), Coronel Sandro (PSL), Delegada Sheila (PSL) e Delegado Heli Grilo (PSL) que, alinhados a Bolsonaro, estiveram presente nos atos ocorridos em Belo Horizonte, na semana passada.

As lideranças do movimento das forças de segurança afirmaram, em notam, que o encontro convocado é o primeiro aceno do governo Zema, “o que demonstra um claro interesse do Executivo estadual em iniciar uma negociação”.

Na semana passada, Zema divulgou nota afirmando que está “equilibrando as contas”, mas que depende da renegociação da dívida com o governo federal para atender ao pleito dos PMs. “A renegociação da dívida com a União permitirá recomposição dos salários dos profissionais de segurança. Continuamos em busca de alternativas.”

Na sexta-feira (25), os policiais rejeitaram a proposta de reajuste de 10,06% (reposição da inflação) nos salários, oferecido a todo o funcionalismo do estado, além de aposentados e inativos. Ainda na sexta, o Tribunal de Justiça de Minas acolheu tese da advocacia do Estado e determinou o encerramento da greve dos policiais, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, limitada a R$ 10 milhões.