Homem trabalhando na Estação de Distribuição de Gás de São Francisco do Conde

Em nota, a direção da Petrobrás confirmou na segunda-feira (17 de junho) a descoberta de gás natural em águas profundas em seis áreas na Bacia de Sergipe: Cumbe, Barra, Farfan, Muriú, Moita Bonita e Poço Verde, após informação de O Estado de S. Paulo no dia anterior.
As reservas das seis áreas estão estimadas em cerca de 20 milhões de m³ por dia de gás natural, o que representa cerca de um terço da produção atual brasileira.
A descoberta pela estatal está sendo considerada a maior desde o pré-sal em 2006 e vinha sendo mantida longe do noticiário.
As áreas da Bacia de Sergipe e Alagoas estão incluídas no plano de desmonte da Petrobrás. O anúncio de que na Bacia de Sergipe foi descoberto óleo leve, de excelente qualidade e, principalmente, de gás natural em volume relevante, só foi divulgado no relatório financeiro do primeiro trimestre, segundo a reportagem.
Com a descoberta, estima-se uma receita anual de R$ 7 bilhões para a estatal. Com a privatização, as aves de rapina, no entanto, já incluem no bolo as empresas privadas “parceiras”, diga-se as multinacionais do petróleo.
Com toda essa riqueza, que poderia reduzir em 50% o custo do gás natural no país, o governo Bolsonaro acelera o desmonte da Petrobrás.
Na contramão dessa conquista, e da realidade das petroleiras por todo mundo, o catastrófico plano chamado “desinvestimento”, levado a efeito pelas diretorias da petroleira, desde a gestão de Graça Foster, está sendo intensificado pelo atual presidente da empresa Roberto Castelo Branco. Ele já declarou sonhar com a Petrobrás privatizada e logo que assumiu a presidência da estatal anunciou a venda de 8 das 13 refinarias e da BR Distribuidora, entre inúmeras outras subsidiárias.
Na sexta-feira (13/6), o governo concluiu a venda de 90% de sua participação na Transportadora Associada de Gás S.A. (“TAG”) para o grupo formado pela francesa Engie e pelo fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ).
Segundo a Petrobrás, a infraestrutura de transporte atual da TAG dispõe de uma capacidade de movimentação de cerca de 74 milhões m3/dia, com uma malha de gasodutos com extensão total aproximada de 4.505 km, 10 instalações de compressão de gás, sendo 6 próprias e 4 alugadas, e 91 pontos de entrega, estando presente em 10 (dez) Estados brasileiros nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte. Tudo isso agora nas mãos dos estrangeiros.
Todo esse patrimônio foi entregue por apenas R$ 33,5 bilhões. Em 2018, o lucro da TAG foi superior a R$ 7 bilhões. Com a venda, a Petrobrás passará a pagar aluguel para o transporte de seu gás.