Os governadores do Consórcio Nordeste anunciaram nesta terça-feira (20) que 1,1 milhão de doses da vacina Sputnik V chegarão ao Brasil no dia 28 de julho pelo Aeroporto de Recife, para ser distribuída para os demais estados do Consórcio Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).

Um outro lote, com aproximadamente 600 mil doses, será encaminhado para estados do Norte, ainda sem prazo determinado para chegar. Ao todo, 1,6 milhão de doses estão prontas para importação.

O imunizante tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em condições controladas. Na quarta (21), às 14h, o Consórcio Nordeste fará uma reunião com o Fundo Soberano Russo, que financiou o desenvolvimento da Sputnik, para fechar o cronograma de chegada das doses.

No ofício encaminhado na última segunda (19) ao Ministério da Saúde, governadores ainda rebateram a declaração do ministro Marcelo Queiroga de que o Brasil não precisa de novas doses da Sputnik ou Covaxin porque tem quantitativo suficiente para vacinar toda a população adulta.

Governadores lembram que, apenas 34 milhões de pessoas, o que corresponde a 15,98% da população, estão vacinadas com as duas doses da vacina contra covid.

“É menos do que o quantitativo total da vacina Sputnik V adquirida, caso tivéssemos tido empenho das autoridades sanitárias e regulatórias para autorização de importação e uso”.

Os estados do Nordeste têm um contrato assinado com o laboratório para compra de 37 milhões de doses da Sputnik V.

“Sem o retardo no processo de autorização e sem as arbitrárias condições restritivas impostas, que não consideram a situação calamitosa vivenciada pelos brasileiros e brasileiras que choram mais de 500 mil mortes pela covid-19, já teríamos vacinado com a Sputnik-V mais de 37 milhões de brasileiros de acordo com o cronograma originalmente pactuado neste mês de julho”, diz ofício assinado pelo governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT).

Governadores também cobram uma posição formal de Queiroga sobre a vacina Sputnik, que foi retirada do Plano Nacional de Imunização (PNI). Segundo ofício, a vacina é “extremamente necessária para a ampliação da vacinação em nosso país”.