Diante da paralisia do Governo Federal no combate à pandemia e ao início da vacinação no país, governadores de diversos Estados se reuniram com o Ministério da Saúde, na terça-feira (5), para cobrar mais uma vez um cronograma de vacinação contra a Covid-19.

Do encontro com o secretário de Vigilância da pasta, Arnaldo Medeiros, no entanto, os governadores saíram sem nenhuma resposta concreta e sem previsão de data para o início da vacinação.

Para o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que é presidente do consórcio de estados do Nordeste e coordenador da temática de vacina no fórum nacional de governadores, o que o país vive hoje é um jogo de empurra. Segundo ele, durante a reunião, o secretário de Vigilância admitiu “claramente que tinha dificuldade de fixar datas”.

Além de Wellington Dias, participaram da reunião os governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Helder Barbalho (Pará), Waldez Góes (Amapá) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul).

“Nossa expectativa era de que houvesse alguma definição. A reunião foi até estressante. Cobramos uma data e não nos foi fornecida. Quando chegam os insumos? Quando começa a vacinação? O secretário disse que iria levar nossa demanda ao ministro Pazuello”, informou Wellington em seu blog.

Segundo relato dos governadores, a resposta do representante do Ministério foi a mesma de sempre: que o governo prevê o início da vacinação ainda em janeiro, que o Ministério vai comprar todas as vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que adotará critérios igualitários para a distribuição de doses aos estados.

Em seu blog, Wellington Dias disse que propôs para a próxima segunda-feira (11) uma reunião conjunta entre a cúpula do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério da Saúde para discutir com as fabricantes e a Anvisa um calendário nacional de vacinação. “O Brasil está ficando no final da fila. Há um atraso inexplicável”, afirmou.

Essa foi a segunda vez que os governadores se reuniram com a pasta para cobrar um cronograma de vacinação. Em dezembro, em reunião com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, os governadores cobraram uma data para o início da vacinação em massa e também que o governo adquirisse “múltiplas vacinas”.

Após essa reunião, o governador do Piauí argumentou que “não é razoável esse atraso que estamos tendo”.

“Quase todos os nossos países vizinhos já iniciaram a imunização e o Brasil, com toda experiência que tem em vacinação e as boas relações no campo internacional, ainda está com dificuldade de comprar a vacina para a entrega ou fabricá-la tendo quatro laboratórios em território nacional”, observou Wellington Dias.