O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou na quinta-feira (09) que irá manter o corte do ponto dos professores que aderirem à greve da categoria como forma de chantagear os trabalhadores e evitar a mobilização contra o pacote encaminhado para a Assembleia Legislativa do Estado (ALERGS), que muda as regras para a aposentadoria dos servidores.
Segundo Leite, o governo insiste nessa posição “para desestimular a prática grevista”. Segundo ele, o desconto dos dias parados é uma “ação decisiva e determinada” do Piratini e que, se os professores seguirem em greve, terão mais um mês descontado dos vencimentos. Apesar de dizer que respeita o direito de greve dos servidores, o que o governador faz é tentar chantagear os trabalhadores que já estão com os salários defasados e parcelados desde a gestão anterior.
“Se os professores não retornarem às aulas imediatamente, uma consequência eles terão: perder mais um mês de salário. Muita gente já tem um mês de salário perdido. Se não voltarem imediatamente, vão ter mais um. Quando o governo exige que trabalhem para concluir o ano letivo, não está exigindo nada mais do que o contrato de trabalho estabelece. Vão ter que usar o recesso para dar aulas”, ameaçou.
Em nota divulgada em seu site, o Sindicato dos Professores do Estado (CPERS) afirmou que “a greve é um direito de todo trabalhador e as aulas só serão recuperadas mediante acordo de greve assinado entre as partes. […] O Comando reivindicou que o pagamento seja realizado em folha suplementar, prática recorrente em mobilizações passadas. Como o governo nem sequer paga os salários em dia, levando até 45 dias para quitar a folha, os efeitos práticos do corte ainda podem ser revertidos”.
“A persistência em penalizar educadores (as) coloca em risco a conclusão do ano letivo e a formação de milhares de estudantes. Estamos abertos ao diálogo. Falta Eduardo Leite mostrar disposição para negociar. A retomada das aulas depende apenas do governo”, completou o CPERS.