O secretário nacional sindical do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Nivaldo Santana, afirmou em entrevista ao Portal PCdoB nesta terça-feira (16) que é possível romper com o ciclo recorde de desemprego que se agrava desde 2016. O dirigente comentou análise publicada na Folha de S.Paulo nesta terça que coloca o Brasil por mais alguns anos com altos índices de desocupaçãp. “A retomada dos empregos é viável com a volta do crescimento econômico e políticas dirigidas para setores da economia intensivos em mão-de-obra”, disse. Para atingir o objetivo, “está na ordem do dia a luta por um governo de reconstrução nacional que reoriente a economia brasileira”, completou o dirigente.

De acordo com o secretário, a política ultraliberal de Bolsonaro desestrutura a economia e aprofunda a precarização do trabalho. “Propostas como a carteira de trabalho verde e amarela e o desmonte da Previdência são dois exemplos dos ataques ao trabalho, marca essencial do governo Bolsonaro”, constatou Nivaldo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a taxa de desemprego registrada no trimestre encerrado em agosto é de 13,2%. O número de desempregados é de 13,7 milhões. O país figura entre os países com as piores taxas de desocupação do mundo. A última vez que o desemprego ficou abaixo de 10% foi no período de 2012 a 2014, no governo da presidenta Dilma Rousseff.

A análise da Fundação Getúlio Vargas publicada na Folha de S.Paulo apontou que o desemprego pode permanecer em alta até 2026. Nivaldo vislumbra um prazo mais curto em condições criadas por “um novo governo com papel protagonista do estado no investimento público, na reindustrialização, com o fim do chamado tripé macroeconômico e o teto de gastos”.

De acordo com ele, para se criar as condições para essa mudança é necessária uma aliança ampla de forças políticas e sociais. “Essas forças precisam estar comprometidas com o desenvolvimento, a democracia e o bem-estar social. O governo terá como prioridade assegurar um amplo programa de geração de empregos, valorização do trabalho e fortalecimento do mercado interno, pilares fundamentais para um novo projeto nacional de desenvolvimento capaz de mobilizar a grande maioria da nação”, explicou.

O agravamento do desemprego, o aumento de empregos informais, a diminuição da renda e dos direitos devem servir ainda de alimento para a denúncia do atual governo, ressaltou Nivaldo. “A campanha de denúncia precisa se apoiar em fatos concretos para ganhar corações e mentes dos trabalhadores e das Trabalhadoras. Com o desemprego, a estagnação econômica e a inflação, o Brasil vive uma tragédia social, potencializada pela pandemia. Nosso desafio é como associar essa tragédia ao desgoverno Bolsonaro e apontar um caminho alternativo como saída para os impasses atuais do país”, opinou o dirigente.

Por Railídia Carvalho