O chefe da eleição na Geórgia, o republicano Brad Raffensperger, reconheceu a vitória de Biden na recontagem

O presidente eleito Joe Biden foi confirmado como o vencedor da Geórgia, depois de uma recontagem manual de 5 milhões de votos, mantendo os 16 votos do estado no Colégio Eleitoral, que complementam o placar de 306 em favor do democrata, contra 232 de Donald Trump.

A recontagem havia sido determinada pelo secretário de Estado, o republicano Brad Raffensperger, conforme a lei local.

Apesar de a recontagem ter reduzido em cerca de 1.400 votos a diferença a favor de Biden, não alterou o resultado final, de que o perdedor é Trump.

Funcionários de quatro condados descobriram cerca de 5.800 votos por contar, o que Raffensperger disse se tratar de um erro humano, sem qualquer evidência de fraude ou fraude generalizada.

O resultado final foi vitória de Biden por uma margem de 12.800 votos. “A histórica primeira auditoria estadual da Geórgia reafirmou que o novo sistema de votação de cédulas seguras do estado contava com precisão e reportava resultados”, acrescentou Raffensperger.

No arcaico sistema eleitoral norte-americano, é o partido no poder no estado que preside o processo eleitoral, função que cabe ao secretário de Estado. Um candidato a presidente democrata não vencia no estado desde o tempo de Bill Clinton, em 1992.

“Este é um crédito ao trabalho árduo de nossos funcionários do condado e das eleições locais que se moveram rapidamente para empreender e completar uma tarefa tão importante em um curto período de tempo”, comemorou o secretário de Estado, seguidamente pressionado pela campanha de Trump por não embarcar na narrativa da “fraude”. Até ameaças de morte Raffensperger recebeu, por se recusar a fraudar a apuração em benefício de Trump.

De acordo com Raffensperger, a auditoria era imprescindível em decorrência da margem apertada entre os dois candidatos. A Geórgia tem até sexta-feira para certificar os resultados certificados e apresentados pelos municípios. Assim que o estado fizer isso, o perdedor Trump ainda terá dois dias úteis para solicitar uma recontagem, que será feita com scanners, se a margem permanecer dentro de 0.5%.

Nas eleições intermediárias de 2018, a líder negra Stacey Abrams esteve muito perto de virar o jogo no estado e se tornar governadora. Após essa eleição, ela registrou mais de 800 mil novos eleitores – nos EUA, o voto não é obrigatório -, o que abriu o caminho para a virada de Biden. Há quatro anos, Trump havia vencido Hillary por 5% de diferença.

Em janeiro, duas eleições para senador que ficaram para segundo turno no estado, definirão se os republicanos manterão a câmara alto do Congresso ou não.