O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse nesta segunda-feira (8) que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados, tem “muitos méritos”, como ajudar a viabilizar o novo Fundeb e o auxílio emergencial no valor de R$ 600. Dino afirmou ainda que todos cometem erros e que é preciso valorizar as convergências para derrotar a extrema-direita.

As declarações, divulgadas nas redes sociais de Dino, vêm no dia em que o jornal Valor Econômico publicou uma entrevista com Maia, a primeira após fracassar em fazer um sucessor na presidência da Câmara apoiando a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP).

Rodrigo Maia buscou formar uma frente ampla anti-Bolsonaro com o apoio, inclusive, de cinco dos seis partidos de esquerda na Câmara: PT, PCdoB, PDT, PSB e Rede Sustentabilidade. O PSOL não ingressou no bloco, preferindo lançar candidatura própria, da deputada Luiza Erundina (SP).

Na entrevista ao Valor, Rodrigo Maia queixou-se de a cúpula do DEM ter trabalhado para retirar oficialmente o DEM do bloco de apoio a Baleia. No final, o partido decidiu pela neutralidade na disputa, o que o Maia acredita que foi determinante para a derrota do seu candidato por uma ampla margem de votos.

Ele atribuiu a saída do DEM do bloco de Baleia à ação do presidente da sigla, ACM Neto, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que sempre desejou que o partido oficializasse apoio a Bolsonaro.

Para Rodrigo Maia, com o movimento, o DEM, antigo PFL, volta à posição de alinhamento com a extrema-direita da década de 1980, solapando o trabalho de seu pai, César Maia, para consolidar a legenda como um partido de centro/centro-direita. Maia reiterou sua intenção de deixar o partido e disse que irá para uma sigla que faça oposição a Jair Bolsonaro.