Indústrias

Um balanço da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) calcula que 68,7% das empresas paralisarão a produção neste fim de ano dando férias coletivas ou entrando em recesso.
De acordo com o levantamento divulgado pela entidade na segunda-feira (16), as indústrias paulistas devem parar por uma média de 11 a 15 dias entre 2019 e 2020, sendo que 56,9% darão férias coletivas e 11,8% entrarão em recesso.
Esse número geral cresceu em relação ao ano passado, quando, segundo os cálculos da Fiesp, 65,6% das indústrias paulistas pararam suas atividades na virada de 2018 para 2019.
Na esteira da crise econômica do país, 18% das empresas (12,4% do total das entrevistadas), que optaram por parar a produção afirmaram que a entrada de pedidos este ano está mais fraca. A maioria alega que a entrada de pedidos costuma ser mais fraca nesta época do ano (56,1% das que darão coletivas, 38,5% do total dos entrevistados); outra parte diz que está com a produção adiantada (25,9% das empresas que darão coletivas, 17,8% do total), ou seja, os estoques estão cheios.
Produção industrial em queda
As montadoras são o exemplo mais detalhado desta crise: com a demanda interna no chão, a produção de automóveis caiu 11, 27% em novembro em função da redução nas exportações.
De acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos, 73 unidades de fábricas de automóveis decidiram dar férias coletivas neste fim de ano para compensar o estoque parado.
Os dados oficiais confirmam a situação, já que os dados regionais da pesquisa de produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em 2019 até outubro o volume produzido no maior e mais desenvolvido parque industrial do país, São Paulo, registrou um crescimento de apenas 0,4%.
Neste período, metade dos ramos da indústria no estado ficou no vermelho, 50% de janeiro a outubro de 2019, o que se acirrou no trimestre agosto-outubro – quando 56% dos ramos registraram resultados negativos.
A produção industrial nacional acumula uma queda de -1,1%, de janeiro a outubro de 2019, três meses seguidos de queda. Assim, as estimativas para o PIB (Produto Interno Bruto) industrial em 2019 orbitam em torno de zero.
O boletim Focus do Banco Central (BC) aponta para um desempenho de -0,7% no ano, com a indústria de transformação com variação de 0,2% e a extrativa, de -0,4%.